CPI: ‘Essa Casa não tem credibilidade para isso’, diz Judson

'Primeiro a Assembleia precisa fazer o dever de casa, apurar a sua série de irregularidades internas', disparou Cabral, acrescentando que não tinha vocação para investigação policial.

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 11, onde mais uma vez o tema “violência” dominou os debates na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), o deputado Judson Cabral (PT) foi duro ao responder às cobranças do deputado João Henrique Caldas (PTN) em relação à indicação de nomes para que a CPI da Pistolagem, proposta por JHC, saia do papel.

“Eivada de irregularidades, essa Casa não tem credibilidade para esse tipo de CPI. Primeiro a Assembleia precisa fazer o dever de casa, apurar a sua série de irregularidades internas”, disparou Cabral, acrescentando que não tinha vocação para investigação policial.

“Esse papel (de investigação policial) cabe ao aparato de segurança do Estado. Até que ponto a Assembleia está preparada para implantar uma CPI da Pistolagem? É preciso colocar os pés no chão. Eu não me coloco à disposição dessa CPI, pois, trata-se de puxar para essa Casa uma incumbência que, com tantas pendências que existem aqui, não vai avançar”, frisou.

Primeiro a usar a tribuna, antes de entrar na discussão acerca da CPI da Pistolagem, Cabral falou sobre o assassinato da professora Fernanda Paes da Silva, morta a tiros na segunda-feira, 9, supostamente vítima de latrocínio no Complexo Benedito Bentes, e voltou a cobrar a presença do secretário de Defesa Social, Dário César, para ser ouvido em plenário.

“Queremos dialogar, saber o que falta para a segurança avançar. Alagoas é contemplada com recursos federais, mas não dá respostas no combate à violência. Queremos saber os números e os resultados desses investimentos”, questionou.

Em aparte ao pronunciamento de Cabral, JHC voltou a cobrar a formação da CPI da Pistolagem na Casa, criticando a “inércia” da presidência da ALE em relação ao asssunto e os repetidos discursos em plenário acerca da violência: “Só de discurso a gente não vence essa guerra. Não adianta ficar apontando para arrumar culpados, afinal, não se fala aqui que temos instrumentos para participar da discussão. A pior violência que podemos cometer é a omissão”.

Após a fala do petista, que rebateu às críticas do colega e desacreditou o êxito da CPI, JHC explicou: “Jamais quis questionar seu empenho, deputado Judson Cabral. O que não pode haver é uma personificação da instituição, afinal, a CPI é um poder legítimo que nós temos. Acredito que, recuarmos pelo passado e pela própria história dessa Assembleia não é a solução”, afirmou.

A fala de Cabral foi aparteada ainda pelos deputados Jeferson Morais (DEM) Temóteo Correia e Ronaldo Medeiros (PT), que também cobraram respostas em relação à violência.

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