Alguns deputados presentes à sessão ordinária desta quarta-feira, 18, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) reagiram com indignação a um comentário feito nesta manhã, pelo presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Benedito Alexandre, durante a audiência pública realizada no plenário da Casa para discutir a prestação de contas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao usar a tribuna, Benedito Alexandre criticou a ausência dos parlamentares no evento, do qual participaram apenas os deputados Judson Cabral (PT) e Inácio Loiola (PMDB). Nesta tarde, ao fazer um balanço da audiência pública, que foi presidida por ele, e criticar tais ausências, Cabral provocou a reação de alguns de seus pares.
Em aparte, Antônio Albuquerque (PTdoB) mirou contra o presidente do CES: “Não dá para determinadas figuras, com suas frustrações políticas e pessoais, quererem extravasar aqui no plenário o pior dos seus sentimentos”, alfinetou, acrescentando que a presença da sociedade é cada vez menor nas sessões públicas.
“Chega a ser deprimente. Só vemos sempre as mesmas presenças que servem a determinados segmentos políticos ou interesses pessoais”, frisou, justificando que tem outros compromissos, nos 102 municípios alagoanos, que o impedem de comparecer a todas as audiências públicas e sessões especiais realizadas na Casa.
“É preciso ter critérios para utilização do plenário. Não podemos transformar o plenário em tribuna de baboseiras. As pessoas não podem ofender os outros em nome da anarquia”, criticou o parlamentar, sugerindo a utilização de outros espaços do Poder Legislativo, a exemplo do Plenarinho, para a realização de determinadas sessões.
Em resposta, Cabral frisou o grau de importância da audiência pública realizada hoje e rebateu Albuquerque: “Deprimente é chegar aqui o secretário de Saúde e outras autoridades e encontrar o plenário vazio de parlamentares. A expressão de Benedito Alexandre ao constatar isso não foi uma ofensa moral a ninguém”.
Também em aparte, o deputado Sérgio Toledo (PDT) sugeriu que os autores das sessões orientem os participantes a não expor a ausência ou presença dos deputados. Além dele, os deputados Joãozinho Pereira (PSDB), Ricardo Nezinho (PMDB) e Ronaldo Medeiros (PT) também apartearam Cabral e cobraram uma maior divulgação das audiências públicas.
Antes de encerrar a sessão, o presidente da Casa, deputado Fernando Toledo (PSDB) esclareceu que, sempre que participa de alguma audiência pública informa aos presentes que os deputados não são obrigados a participarem das sessões especiais. “Quando ouço comentários neste sentido, sempre digo que são despropositados. Sei que vossas excelências se esforçam ao máximo para comparecer a essas sessões”, finalizou.
