O cabo José Valdir Gomes Ferreira, acusado de participar do assassinato de quatro jovens no município de União dos Palmares, Zona da Mata alagoana, em setembro de 2002, permanece detido por decisão do desembargador José Carlos Malta Marques, integrante da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL).
De acordo com o desembargador Malta Marques, a materialidade do delito foi demonstrada a partir dos laudos de exames cadavéricos e das provas testemunhais. Destacou também que existe evidente receio das testemunhas em comparecer em juízo para relatar o que viram, uma vez que muitas delas foram ameaçadas. Para o desembargador, a manutenção da prisão faz-se necessária, já que pessoas intimidadas podem tender à ocultação da verdade.
“Extrai-se dos autos provas suficientes para evidenciar-se a necessidade de garantir a ordem pública, pois observa-se nos depoimentos das testemunhas que há um temor generalizado na população local”, frisou o desembargador.
Policiais militares afirmaram, em seus depoimentos, que trata-se de crime de atividade típica de extermínio, pois as vítimas foram executadas no mesmo momento, em posições idênticas e por pessoas com perícia técnica na utilização de armas.
Caso
As testemunhas oculares do crime disseram que os policiais envolvidos teriam abordado as vítimas – três rapazes e uma moça – na madrugada de 7 de setembro de 2002, após a confusão, quando eles voltavam para casa.
Os acusados teriam mandado todos se ajoelharem, momento em que o cabo Valdir teria apontado quem havia brigado com seu filho e em seguida batido no rosto do jovem. Na tentativa de escapar, a vítima tentou pular de uma ponte, sendo atingida antes de fugir. Posteriormente, todos os outros foram assassinados.
