Para defender Havelange e Teixeira, Fifa diz que subornos fazem parte da renda de brasileiros

Montagem/Getty ImagesVelhos conhecidos: os brasileiros João Havelange (esq.) e Ricardo Teixeira, com o belga Joseph Blatter no centro

Velhos conhecidos: os brasileiros João Havelange (esq.) e Ricardo Teixeira, com o belga Joseph Blatter no centro

Para a Fifa, suborno é parte integrante dos salários da maioria da população da América do Sul e da África. Ao menos foi isso que os advogados da entidade máxima do futebol alegaram durante a defesa de João Havelange e Ricardo Teixeira, na Suíça, a respeito de propinas recebidas da ISL, empresa de marketing esportivo.

Nesta quarta-feira (12), o tribunal da cidade de Zug revelou os detalhes do processo que analisa os cerca de R$ 45 milhões entregues aos cartolas brasileiros durante oito anos pela ISL, para facilitar a venda dos direitos de transmissão das Copa do Mundo de 2002 e 2006.

A infeliz colocação da Fifa ocorreu quando seus advogados tentavam justificar a razão pela qual a entidade não exigiu a devolução do dinheiro depois que constatou a existência dos subornos. Pedir a devolução do dinheiro, de acordo com eles, era "quase impossível". A página 32 do relatório do tribunal não deixa dúvidas.

— Os representantes legais da Fifa são da opinião ainda de que implementar a devolução do dinheiro seria quase impossivel. Eles justificam isso com o argumento de que uma queixa da Fifa na América do Sul ou África dificilmente seria aplicada, já que pagamentos de subornos pertencem ao salário recorrente da maioria da população.

Justiça revela que Teixeira e Havelange receberam suborno
Havelange, ex-presidente da Fifa, e Teixeira, ex-presidente da CBF, foram condenados na Suíça pelo recebimento de propinas. Segundo o texto, Teixeira embolsou US$ 13 milhões (R$ 26,4 milhões) entre 1992 e 1997 da ISL, enquanto Havelange arrecadou aproximadamente US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) em 1997.

A investigação criminal havia sido encerrada há mais de dois anos, mas a dupla concordou em pagar mais de R$ 10 milhões para que seus nomes não fossem revelados. O Supremo Tribunal da Suíça, entretanto, acatou pedidos feitos por órgãos da imprensa do país e decidiu pela liberação dos documentos, considerados de "interesse público".

Fonte: R7

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