Sem acordo por não demissão, governo veta prorrogar isenção de IPI

Após reunião com representantes da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o governo passou um recado às montadoras: não vai prorrogar a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos sem um compromisso formal do setor de que não haverá demissões. A mensagem foi dada pelo ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa, e é uma resposta à General Motors (GM), que está analisando fechar e demitir todos os 1,5 mil funcionários de uma das suas fábricas em São José dos Campos (SP).

O presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti, se disse "otimista" em relação à solução do problema. Ele se reuniu com Barbosa e pediu a prorrogação do benefício (que termina em 31 de agosto) por tempo indeterminado. Apesar da preocupação, Meneghetti disse que não há conversas com a GM na tentativa de fazer a montadora reverter a decisão.

"Estou cruzando os dedos (para que o benefício não seja retirado). Seria um cenário que não gostaríamos de ver. Confio no bom senso dos industriais. É importante que o benefício seja prorrogado", disse.

A reunião aconteceu no mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff reclamou publicamente da decisão da GM e lembrou que a desoneração de veículos está condicionada à manutenção dos empregos nas fábricas. A presidente falou em Londres, onde acompanha a abertura da Olimpíada.

Motos
Segundo Flávio Meneghetti, o setor também pediu que o governo abra uma linha especial de financiamento para motos. O Banco Central (BC) já liberou R$ 18 bilhões em compulsório (um valor que os bancos são obrigados a depositar no BC para controlar a inflação). Esse valor pode ser reutilizado pelas instituições financeiras para fazer novas operações de financiamento de carros para os correntistas.

A ideia é que o BC também libere parte dos recursos dos compulsórios para o financiamento de motos, segmento que tem sofrido com a diminuição do acesso ao crédito. "Ainda não temos o valor ideal para essa linha, mas acreditamos que 10% de R$ 18 bilhões (R$ 1,8 bilhão) já é considerável. O ministro foi receptivo, vai conversar com o presidente do BC (Alexandre Tombini) e acredito que poderemos anunciar essa medida num curto espaço de tempo", disse o presidente da Fenabrave.

Fonte: Terra

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