Meninas perdem outra no basquete e sentem a corda apertar no pescoço

ReutersComplicou: o Brasil de Damiris e Erika caiu diante da Austrália de Lauren Jackson

Complicou: o Brasil de Damiris e Erika caiu diante da Austrália de Lauren Jackson

Era um fim de tarde em Jundiaí, no interior paulista, a um mês das Olimpíadas, quando o técnico Luís Cláudio Tarallo encerrou o treino e, apesar da confiança, deixou escapar a possibilidade realista: "Chegar aos dois jogos finais da primeira fase com três derrotas é um cenário bem possível". Dito e feito. O terceiro tombo da seleção feminina veio nesta quarta-feira, na Arena do Basquete em Londres. Mais uma vez, a luta foi até o fim, mas do outro lado da quadra estava uma Austrália nitidamente mais forte e talentosa, que se manteve à frente desde o início até fechar em 67 a 61. A batalha terminou em choro para as brasileiras. Sentindo a corda apertar no pescoço, elas partem agora para duelos decisivos com Canadá e Grã-Bretanha, na teoria as rivais menos indigestas do grupo. Ainda que se classifiquem, já começam a ver no horizonte uma ameaça cruel: enfrentar as americanas nas quartas de final.

– A gente merece ganhar. Não precisa cair nenhuma bola minha, mas eu quero ganhar. Em todos os jogos até agora dava para vencer, são detalhes. Não veio a vitória, mas estamos tentando corrigir e vamos buscar. A hora de chorar é agora, amanhã já tem treino de novo – afirmou a armadora Joice, sem conter as lágrimas após a partida.

A partida contra as canadenses está marcada para sexta-feira, às 10h30m (de Brasília), e o último jogo da fase de classificação, contra as donas da casa, será no domingo, às 18h15m. O SporTV transmite as duas, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em Tempo Real. A equipe de Tarallo está na chave A, que ainda tem Rússia e França, algozes do Brasil nas rodadas iniciais. Os quatro primeiros países avançam para as quartas de final, mas passar em quarto lugar provavelmente significa cruzar com a seleção dos Estados Unidos, favoritíssima ao ouro.

A campanha em Londres já lembra a de Pequim, quando a seleção feminina perdeu os quatro primeiros jogos e só venceu na última rodada, contra a Bielorrússia, já com a eliminação selada. Na ocasião, sob o comando de Paulo Bassul, a equipe também tentava se encontrar após um episódio de indisciplina de Iziane, que se recusara a entrar em quadra numa partida do Pré-Olímpico. Desta vez, a ala levou o namorado para a concentração e foi cortada pela direção.

Apesar da derrota, a cestinha da partida foi a ala Karla, com 22 pontos. A pivô Erika, com 11, e ala a Sílvia, com dez, também se destacaram pelo lado brasileiro. Entre as australianas, Lauren Jackson, com 18 pontos, e a pivô Liz Cambage, que anotou um duplo-duplo com 17 pontos e dez rebotes, foram os principais destaques.

Faltas complicam o Brasil no início
Diante de um ótimo público na Arena, o Brasil até equilibrou o jogo no início, mas Erika, com cinco pontos, logo fez a segunda falta e foi substituída por Nádia. Lauren Jackson e Liz Cambage aproveitaram para deitar e rolar no garrafão, somando nove pontos no primeiro período. No fim da parcial, Joice não prestou atenção ao relógio e, sozinha, morreu com a bola na mão: Austrália 15 a 10.

Erika voltou para o segundo quarto, mas logo fez a terceira falta e saiu de novo. Clarissa entrou e ajudou nas trombadas com as grandalhonas australianas, mas no ataque a pontaria do time estava torta. No primeiro tempo, foram apenas seis arremessos convertidos em 36 tentados, aproveitamento de 17%. O último caiu, mas não valeu. Karla recebeu na ponta e, desequilibrada, acertou linda cesta de três, mas o cronômetro já tinha estourado. Na saída para o intervalo, a vantagem confortável apontava para a Oceania: 31 a 18.

No terceiro quarto, ficou claro que o ataque brasileiro ia muito melhor que a defesa. A equipe de verde consegui fazer 22 pontos e cortou a vantagem para cinco duas vezes, com cestas de três de Karla. Mas a marcação não conseguia conter as australianas, que recuperaram a vantagem e foram para o último período vencendo por 51 a 40.

O panorama não se alterou nos dez minutos finais. As brasileiras lutavam e vibravam com as cestas, mas esbarravam na falta de pontaria e na maior qualidade técnica das adversárias. Erika foi eliminada com cinco faltas a seis minutos do fim e complicou de vez a situação. Sem desistir de lutar, a equipe foi buscar uma reação e chegou a cortar a diferença para quatro no último minuto. Mas a Austrália controlou o placar até o fim e deixou a seleção de Tarallo com a corda no pescoço. Resta agora saber o quanto será possível afrouxá-la nas próximas rodadas.

Fonte: Globoesporte.com

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