Por amor ou por bobagem, celebridades miram nas câmaras de vereadores

Celebridades, sub-celebridades e famosos lutam por um lugar ao sol na política nacional.

Jéfte AmorimCelebridades, sub-celebridades e famosos lutam por um lugar ao sol na política nacional.

Celebridades, sub-celebridades e famosos lutam por um lugar ao sol na política nacional.

O Brasil tem assistido, nos últimos anos, a uma verdadeira invasão de famosos e celebridades – especialmente as relâmpago – nos pleitos políticos. Em busca de 5 segundos de fama no guia eleitoral e de uma cadeira pública com salário pomposo, ex-participantes de reality shows, cantores, jogadores de futebol e outros nomes do show business apostam, quase sempre, nos palácios do legislativo.

De olho nesse espaço – ou nicho de mercado -, popstars, sub-celebridades e partidos não poupam investimentos. Com vantagens de ambos os lados, o foco prioritário nos cargos eletivos não é fruto do acaso. Pelo sistema de escolha nesses casos – vereadores e deputados – ser proporcional, sempre que um nome bem cotado consegue muitos votos, acaba elegendo junto um número maior de candidatos da sigla à qual pertence.

Neste ano, o quadro não é muito diferente. A lista de candidatos aptos a figurar em colunas sociais é imensa, e alguns já são figurinhas carimbadas das disputas eleitorais. Entre as "estrelas" pernambucanas, a ex-BBB Pink (DEM), o performático Conde do Só Brega (PHS) e o ex-jogador do Ibis e cabeleireiro Mauro Shampoo (DEM) são os destaques. O ex-BBB Daniel Rolim também se pré-candidatou a um lugar ao sol, mas desistiu da candidatura pelo PR porque seu "coração pediu".

RECIFE Conde (dir.), vocalista da banda Só Brega, já se candidatou à Prefeitura da cidade e agora tenta uma vaga na câmara municipal

E a lista não para por aí. Nem a representação artística. Na Bahia, por exemplo, o axé é o ritmo mais recorrente entre os famosos que rebolam por uma vaga nas câmaras. Compadre (ou Cumpadi) Washington (PSL), líder do ressurreto "É o Tchan", grupo musical fenômeno na década de 1990, é, sem dúvidas, o postulante mais emblemático do legislativo soteropolitano. Mas ele não está sozinho. Cissa Chagas (a "Mulher maravilha" do hit carnavalesco "Liga da Justiça"), do DEM, e a dançarina transexual Leo Kret do Brasil, do PR, também tentam uma cadeira.

AXÉ Cumpadi Washington, que anunciou recentemente o retorno do É o Tchan, se arrisca em busca de uma cadeira no legislativo de Salvador

O grande centro das candidaturas pop, no entanto, está no Sudeste do país. Especialmente depois que elegeu Tiririca como o deputado federal mais votado do Brasil, o estado de São Paulo é o recanto tupiniquim com maior número de registros célebres. Lá, que já tem no cast de vice-prefeitos Frank Aguiar (pelo PTB, em São Bernardo dos Campos, no ABC Paulista), as opções são inúmeras e passam pelos gramados, rádios, TVs e plataformas artísticas em geral.

Numa busca rápida no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reúne informações eleitorais no país, o DivulgaCand2012, é possível vislumbrar diversos nomes recheados de glamour. Marquito (PTB) – aquele do "Programa do Ratinho" -, Mulher Pera (PTdoB) – sim, a funkeira -, Dinei (PDT) – o ex-jogador do Corinthians -, Angela Maria (PTB) – intérprete da música "Ave Maria no morro" -, João Kléber (PTB) – o humorista do afamado "Teste de fidelidade" -, Luisa Mell (PPS/SP) – apresentadora de TV -, Rosana (PCdoB) – aquela do "como uma deusa" -, Kiko do KLB (PSD) e Agnaldo Timóteo (PR) – já vereador – são alguns dos nomes do páreo paulista para o legislativo. No executivo, ainda há Marcelo Yuka, baterista e um dos fundadores do O Rappa, disputando pelo PSOL.

VETERANA Mulher Pera já pleiteou uma candidatura federal em 2010, no mesmo ano em que Tiririca (PR) foi eleito o deputado mais votado do país

Mas a grande metrópole brasileira não está sozinha no Sudeste. Nas Minas Gerais, por exemplo, o apresentador e "evangelista" Eros Biondini (PTB) está firme na corrida pela legislatura em Belo Horizonte. E no Rio, Patrícia Amorim (presidente do Flamengo), do PMDB, concorre à reeleição, enquanto o personagem do "Pânico", Charles Henriquipédia (PTdoB), tenta uma cadeira pela primeira vez. No Sul, um dos registros mais "colunáveis" é o do Palhaço Mortadela (PR), que tenta vaga no município gaúcho de São Leopoldo.

Com tanto brilho e possibilidades para todos os gostos, o quantitativo de candidaturas parece não ser um grande problema na hora da escolha. Há quem diga que esses nomes surgem por razões como protesto, desejo de renovação e até interesse em benefícios pessoais. As motivações, no entanto, são fenômenos intangíveis e não são passíveis de julgamento prévio. Exceto quando declaradas, a exemplo do candidato em Caxias, no Maranhão, Batista Barros (PCdoB), que defende: "Quero me dar bem! Prefiro perder com a verdade do que ganhar com a mentira".

Fonte: NE10

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