Comerciante é morto por vender a PMs de UPP

Traficantes mantém o controle dos morros a distância.

Fabiano Rocha/ ExtraA padaria Nova Flor, fechada desde a morte de seu dono

A padaria Nova Flor, fechada desde a morte de seu dono

Os assassinatos de um comerciante e de um amigo dele no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, que o governo do estado considera pacificado, foram determinados pelo tráfico de drogas. A pena de morte teve como justificativa um motivo absurdo: o dono de uma padaria vendeu mercadorias aos policiais da UPP da comunidade. Seu amigo foi morto em casa.
Depois dos crimes, obrigaram os comerciantes a não vender mais nada para os PMs. Os próprios policiais não recorrem mais aos estabelecimentos, para evitar novos assassinatos. O comandante da UPP do Macacos, capitão Felipe Barreto, confirma a conduta, mas nega que tenha orientado os PMs:
– A tropa fica sensibilizada. Foi uma decisão dos policiais, por bom senso. Isso não vai durar muito tempo.
As mortes ainda estão impunes, já que os inquéritos não estão concluídos, apesar de todos no morro saberem quem mandou matar e o motivo. O EXTRA, além de ouvir policiais que pediram para não se identificar, teve a confirmação de moradores e comerciantes. Todos reclamam que o tráfico voltou a aterrorizar e dar as ordens, mesmo com a aparente perda do domínio territorial.
O medo está por todos os lados. Do balcão de sua birosca, X. conversa desconfiado.
– Não podemos vender nada. Os policiais pararam de procurar a gente, graças a Deus – contou.
O primeiro morto foi o comerciante Flávio Duarte, dono de uma padaria. Depois do crime, temendo que o mesmo acontecesse a Gilmar Paiva de Campos, amigo dele, policiais da UPP tentaram tirar o segundo morador da favela. Não deu tempo. Gilmar foi a segunda vítima.
– A gente estava fazendo uma vaquinha, mas aconteceu antes – disse um PM.
O mesmo policial reconhece que a relação com os comerciantes é delicada:
– Eles não estão vendendo para a gente. Mas não queremos comprar deles para não expor essas pessoas.
O EXTRA também procurou o Comando de Polícia Pacificadora, mas o coronel Rogério Seabra não quis comentar o caso.

Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/assassinatos-no-morro-dos-macacos-foram-ordenados-por-traficantes-6113977.html#ixzz26jLAKiUP

Fonte: Extra / O Globo

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