Em jogão, Galo bate Flu com show de R49 e dá emoção ao Brasileiro

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Era o jogo mais esperado deste Campeonato Brasileiro. O Atlético-MG de Cuca, vice-líder, sob a batuta em campo de Ronaldinho Gaúcho, tentava em casa, no estádio Independência, diminuir a vantagem de nove pontos do líder, o Fluminense de Abel Braga e do artilheiro Fred, o time da moda da competição. E foi uma "final" daquelas, com todos os ingredientes de jogão. Polêmica de arbitragem, após o gol de falta anulado de Ronaldinho Gaúcho. Vantagem no placar inesperada do Flu, totalmente dominado. Virada do Galo com atuação brilhante do trio Ronaldinho-Bernard-Jô. Brilho, especialmente, do goleiro Diego Cavalieri e de Fred, que empatou a partida no seu centésimo gol com a camisa tricolor. E, mais uma vez, a presença de um craque para decidir. R49, que participou diretamente de dois dos três gols marcados pela sua equipe, centrou na medida para o zagueiro Leonardo Silva dar a vitória por 3 a 2 aos 47 minutos do segundo tempo.

A vitória emocionante diante de 20.096 pagantes – que proporcionaram renda de R$ 736. 265 – foi fundamental para o Galo, agora com 63 pontos, se manter na luta pelo seu segundo título brasileiro. Neste domingo, não há torcedor do Atlético que não esteja comemorando como se fosse um título, apesar dos seis pontos de desvantagem para o líder. Mas o triunfo é daqueles que dão mais moral para as rodadas seguintes. Na próxima, o time enfrentará na quarta-feira, novamente no estádio Independência, outro grande rival, o Flamengo.

Ao time tricolor, que se manteve-se com 69 pontos, resta manter a vantagem. Na próxima rodada, a 33ª, o líder do campeonato receberá o Coritiba, quinta-feira, no Engenhão. Na véspera, já saberá se o vice-colocado, que enfrentará em casa o Flamengo, vai encostar mais na pontuação. Nas rodadas seguintes, o Tricolor terá pela frente o São Paulo (F), o Palmeiras (F), o Cruzeiro (C), o Sport (F) e o Vasco, no Engenhão, na última rodada. A sequência do Galo será, após a equipe rubro-negra, Coritiba (F), Vasco (F), Atlético-GO (C), Botafogo (F) e o clássico contra o maior rival, o Cruzeiro, no último confronto da competição, no Independência.

Domínio do Galo

Réver era dúvida. Mas estava em campo. Bernard também era problema. Mas estava em campo. O Galo entrou quase completo. O Flu tinha Diguinho no lugar de Jean, suspenso. E a partida começou numa velocidade digna do que vêm apresentando os times no campeonato. Os dois correndo com dentes trincados. Com forte marcação na defesa e rapidez do meio-campo para o ataque, o Galo, que precisava muito mais da vitória, tratou de tomar a iniciativa na "rinha" do Independência.

Acabou superior em toda a primeira etapa. A forte marcação sobre Deco e Thiago Neves surtiu efeito. Com os dois meias bem marcados, foram raros os momentos em que Fred e Wellington Nem dominaram em condições de puxar o contra-ataque. Ainda por cima, o Galo aproveitava o meio-campo bem posicionado para fazer a bola chegar mais rápido ao ataque.

A senha de Cuca era explorar o lado esquerdo, que tinha na dupla Ronaldinho-Bernard velocidade e inspiração. Nos 10 primeiros minutos, foram duas boas chances. O torcedor atleticano ficou no quase. Primeiro, Leandro Donizete partiu de trás e tabelou com Ronaldinho. Recebeu na medida, matou no peito e bateu pelo alto, rente ao travessão. Depois, Bernard arrancou e centrou para Jô emendar. Foi a primeira boa defesa de Diego Cavalieri, que deu um tapinha para escanteio.

Na tentativa de conter o ímpeto atleticano. o Flu tratou logo de botar mais a bola no chão. E tem jogador de sobra pra isso. Mas Thiago Neves era bem contido do lado direito. Deco, sempre que recebia, tinha ora Pierre ora Leandro Donizete e até Guilherme em sua cola. A tentativa de avançar com Carlinhos pela esquerda tinha bloqueio eficiente de Marcos Rocha. Ou seja: o contra-ataque tricolor não funcionava.

Gol anulado

Com 15 minutos, Guilherme já desperdiçava para fora a terceira oportunidade do Galo. Mas nada, absolutamente nada, irritou mais o torcedor atleticano do que o lance mais discutido da partida, que promete ser assunto de mesa de bar durante toda a semana. Aos 20 minutos, Ronaldinho Gaúcho, que já voava na partida, ajeitou a bola para cobrar falta pelo lado esquerdo do ataque. No minuto seguinte, a cobrança foi impecável, à direita de Diego Cavalieri, sem defesa. Mas nada valeu: o árbitro Jailson Macedo Freitas anulou o lance. Para ele, o zagueiro Leonardo Silva empurrou a barreira tricolor.

A partir daí, os gritos de "Vergonha!" tomaram conta do Independência – antes da partida, um protesto dos torcedores atleticanos contra as últimas arbitragens já fora contido pela PM. Reclamações à parte, a bola continuou rolando, e o Galo manteve a superioridade.

Gum e Digão tinhammuito trabalho na defesa. Com o lateral Bruno completamente dominado pelo lado direito, Bernard e Ronaldinho tramavam bem as jogadas. Jõ fazia bem o papel de pivô. Em outro bom lance, Bernard recebeu pela esquerda e bateu rasteiro. Cavalieri salvou em outra grande defesa. No rebote, Jô cabeceou, mas Gum mergulhou para tirar a bola da área.

Cavalieri e trave

Àquela altura, Diguinho tentava conter Ronaldinho, mas em vão. O craque atleticano já exibia o seu melhor repertório: deu elástico, depois driblem, e deixou o marcador no chão. O Flu tentava responder. Na única jogada perigosa no primeiro tempo, Wellington Nem chegou a driblar o goleiro Victor, mas perdeu o ângulo e desperdiçou o lance.

O Galo insistia. Mas a estrela do goleiro Diego Cavalieri seguia a brilhar. Primeiro, fez outra grande defesa em tiro de Marcos Rocha, pela direita. Depois, recebeu a boa e velha ajuda da trave. Ora no chute de Bernard, ora no de Jô, que ainda resvalou em Gum. Isso aos 44 e 45 minutos. O único tiro a gol da equipe tricolor foi uma falta para fora de Thiago Neves, já nos acréscimos. A sorte acompanhava o grande goleiro e o time tricolor, que saiu no lucro com o 0 a 0 dos primeiros 45 minutos. É aquela sorte que costuma acompanhar os campeões.

Gols e emoção

O segundo tempo do até então empate sem gols que tinha nas finalizações o incrível placar de 17 chutes do Galo contra apenas um dos tricolores, no décimo minuto, lembrava a boa e velha lição do futebol. A de que para vencer não bastaa ser o melhor. Basta aproveitar bem a chance Foi o que fez o Fluminense. Na segunda bola para o gol atleticano, não perdoou. O contra-ataque tricolor, enfim, funcionou. Bruno iniciou a jogada pela direita. Mas o grande garçom foi Fred. Rolou na medida para o sempre veloz Wellington Nem, que bateu de canhota: 1 a 0 Fluminense.

O gol foi uma ducha para o Galo e sua torcida. Mas o time não desistiu. Nem depois de outra bola na trave, de Leandro Donizete, de fora da área. Já com Neto Berola no lugar de Guilherme, o time ainda ficou mais veloz. E numa arrancada de Ronaldinho, o time chegou ao empate. Pelo meio, tocou para Jô desferir o chute inapelável, sem defesa para Cavalieri, aos 23 minutos: o estádio Independência até tremeu.

Abel Braga sabia que precisava mexer. Tirou Thiago Neves e Deco, apagados, e botou Rafael Sóbis e Vágner. Mas nem isso adiantou. O dia parecia do trio Ronaldinho-Bernard-Jô. E foi exatamente nessa ordem que nasceu e morreu na rede tricolor o gol da virada atleticana. Sempre pelo lado esquerdo de ataque. R49 tocou para Bernard, que arrancou pela esquerda e centrou na medida para Jõ, de cabeça, tocar sem defesa para Cavalieri, aos 36 minutos

A vibração do Galo durou pouco. Três minutos depois, Carlinhos conseguiu sua primeira boa jogada pela esquerda. o centro foi parar nos pés de quem não perde. Fred escorou para as redes pela centésima vez com a camisa tricolor. e parecia deixar o Flu mais perto do tetra.

Mas o Galo tinha Ronaldinho em estado de graça. Aos 47, ele centrou na área como se fosse com a mão. Na medida para a cabeçada certeira de Leonardo Silva. O torcedor do Galo parecia não acreditar. Saiu do Independência cheio de esperança. O Galo ainda vive. Mas o Flu continua com boa vantagem. O Brasilleirão promete nas seis rodadas finais.

Fonte: globoesporte.com

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