Idosa escorrega em ‘santinhos’, bate a cabeça e perde visão

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A pensionista Josefa Pereira da Silva, de 64 anos, teve um descolamento de retina e não enxerga mais com o olho direito depois de uma queda que sofreu ao deixar a escola em que vota no Jardim Peri, na Zona Norte de São Paulo, no primeiro turno das eleições. Ela escorregou nos "santinhos" dos candidatos que estavam espalhados pela calçada, como mostrou o SPTV desta terça-feira (23).

No dia 7 deste mês, a idosa foi votar bem cedo, na companhia da neta. Quando passava pelo portão da escola, ela levou o escorregão. Fotos tiradas pela neta mostram o primeiro atendimento recebido por Josefa e a quantidade enorme de "santinhos" que estavam na calçada. Algumas pessoas tentaram varrer a sujeira, mas não foi suficiente.

"Escorreguei nos ‘santinhos’ e meti a cara no chão. Quando eu botei a mão na cabeça era dor demais, dor que eu não aguentava", disse Josefa.

Depois do acidente, Josefa foi a quatro hospitais e nenhum, segunda a família, tinha oftalmologista. Ela só conseguiu atendimento adequado no Hospital das Clínicas, quase cinco horas depois da queda. No dia seguinte, ela passou por uma cirurgia.

Os médicos constaram o descolamento da retina, o que faz com que ela não enxergue mais com o olho direito. "De noite eu me acordo chorando de dor. Se a gente já leva a cópia na mão, para que botar santinho no chão? Para os outros escorregarem?", indaga.

A sujeira dos santinhos causou acidentes no dia da eleição por todo o estado. Em Bauru, aconteceu o mais grave: Luciana Lucas, de 64 anos, escorregou na frente da escola onde ia votar e quebrou o fêmur. Ela morreu depois de ficar internada por três dias. Em Piracicaba, um idoso quebrou a bacia por causa dos folhetos.

Mesmo machucada e enxergando muito mal, Josefa garante que o compromisso com as urnas está mantido para o segundo turno, no domingo (29). "E eu vou votar. Se tiver ‘santinho’, eu mando minha neta ir na frente espalhando para [eu] passar ", declarou.

A Santa Casa de Misericórdia, um dos hospitais por onde a idosa passou, está investigando com a equipe que estava no plantão por que a transferência aconteceu. O governo do estado de São Paulo informou que a aposentada também passou por hospitais onde não existe o serviço de oftalmologista.

Fonte: G1

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