Corpos de indigentes são identificados no IML de Maceió

Ascom PoalAscom Poal

Uma combinação de quatro números. Esta é a identificação de corpos não identificados, vítimas da violência e que dão entrada no IML de Maceió e Arapiraca sem nenhum tipo de identificação oficial. Esses corpos que ficam guardados na geladeira sob a tutela do Estado, após um prazo determinado por cada unidade, podem ser sepultados como indigentes se ninguém for reclamar o corpo.

Para evitar que estas vítimas sejam enterradas em cova rasa, sem um nome e endereço, a equipe de papiloscopistas do Instituto de Identificação vem desenvolvendo um trabalho para identificar estes mortos. Através de um exame chamado de necropapiloscopia eles analisam as digitais colhidas nas vítimas fatais com o arquivo analógico e digital do II.

Dois desses corpos que deram entrada na última semana no IML de Maceió foram identificados oficialmente. O primeiro caso, a vítima de número 2365, assassinada com tiros de arma de fogo na Rua dos Coqueiros, Centro de Paripueira, foi identificada como Maciel dos Santos, com 21 anos de idade. A outra vítima de número 2390 foi identificada como Jailton José da Silva, morto na fazenda Castanha Grande, em São Luiz do Quitunde.

Segundo o papiloscopista Marcelo Casado, no exame, as digitais em boas condições das vítimas fatais são recolhidas em fichas necrodecadactilar e logo depois comparadas com as fichas biométricas do arquivo do II. Através desta análise, eles procuram comprovar a identificação civil dessas pessoas para liberação do sepultamento.

“Nesses dois casos, depois de realizadas as pesquisas e analisadas as fichas datiloscópicas em nosso arquivo civil, constatamos que as digitais pertenciam as pessoas que identificamos. É um trabalho árduo e minucioso, pois demanda aprofundamento nas técnicas de coleta e análise das digitais desses corpos sem nenhum tipo de identificação”, explicou o papiloscopista.

Marcelo ainda explicou que mesmo corpos identificados por familiares, mas que não apresentam um documento oficial como carteira de identidade, de habilitação, e registro de nascimento, os corpos só são liberados após a identificação oficial dos papiloscopistas. Outros três corpos nesta situação também foram identificados está semana e as famílias enlutadas puderam sepultar seus mortos.

Até então identificados pelos números 2354, 2251 e 2192, esses corpos foram reconhecidos como sendo de Alexandro Domingos da Silva, 23 anos, morto a facadas em União dos Palmares. José Paulo Cardoso de Lima Junior, 21 anos, assassinado a tiros no bairro Tabuleiro dos Martins em Maceió e Josinaldo Luiz de Oliveira, 15 anos, vitima de arma de fogo no centro de Rio Largo.

O papiloscopista explicou que além de evitar o enterro como indigente, o exame necropapiloscopico é mais barato e tão preciso quanto outras técnicas utilizadas para identificar corpos. Todos os laudos com o resultado das identificações foram encaminhados para o IML e posteriormente para a delegacia responsável pela investigação dos casos das mortes.

Fonte: Aarão José/ POAL

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos