Nove meses após o assassinato do professor universitário José da Luz Neiva, de 56 anos, a Polícia Civil de Alagoas apresentou o acusado no crime. O encanador aposentado por invalidez, de 38 anos, confessou o crime e em entrevista à imprensa afirmou que teria matado o professor por causa do não cumprimento de uma promessa de ajudá-lo com R$ 5 mil.
José Ricardo da Silva foi preso na tarde de ontem, dia 17, em frente a sua residência, no bairro do Tabuleiro do Martins. Segundo as investigações, o encanador aposentado seria michê e teria um relacionamento com o professor.
O assassino confesso afirmou que a intenção não era matar o professor e sim dar um susto. “Ele me prometeu R$ 5 mil, que seria para me ajudar a montar um barzinho e nunca me deu esse dinheiro. Há um ano eu pedia esse dinheiro e ele sempre pedia para eu mudar de assunto”, disse José Ricardo.
Ricardo disse ainda que conhecia o professor há 11 anos e que se relacionavam desde então. Eles se encontravam uma média de dez vezes por mês, onde Neiva contratava os serviços de José Ricardo. Os encontros, segundo o assassino confesso, seriam motivados por fetiches da vítima na maioria das vezes com uma mulher com quem o professor mantinha uma relação extraconjugal.
No dia do crime, o encontro teria se dado apenas entre o professor e o garoto de programa. O acusado teria utilizado um cinto para matar o professor. José Ricardo descreveu que no momento do crime a vítima estaria amarrada – numa sessão de sadomasoquismo que, segundo ele, seria comum nos encontros com Neiva – e que ao começar a esganá-lo teria cobrado a quantia em dinheiro prometido. O docente não teria reagido. “Eu lembro que cobrei o dinheiro enquanto estava com o cinto no pescoço e ele não disse nada”, comentou.
Após perceber que havia matado o professor, Ricardo teria o desamarrado e deixado o motel – localizado na parte alta de Maceió – a pé e informado na recepção que seu acompanhante estaria descansando e que pagaria a conta na saída. “Eu não queria matá-lo, queria apenas dar um susto nele. Acabei com a vida dele e com a da minha família”, completou.
O inquérito estava parado e teria sido encaminhado para a Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) há cerca de um mês, quando o Sindicato das Escolas Particulares exigiu a elucidação do caso. De acordo com o delegado Antônio Nunes, que presidiu o inquérito, o depoimento dos funcionários do motel e de pessoas ligadas ao professor levaram a polícia até o encanador. “Ele foi preso em frente a sua residência e não reagiu. Em depoimento, ele assumiu e contou detalhes sobre o crime”, relatou.
José Ricardo será indiciado pelo crime de latrocínio – matar para roubar – uma vez que teria levado do motel o aparelho de celular, uma câmera fotográfica e a quantia de R$ 120,00 do professor.