Kika vive sob cuidados
Andar pelo shopping, olhar as vitrines de uma pet shop, escolher um filhotinho lindo e gracioso… muitas pessoas recorrem a isto quando querem criar um animalzinho. Mas nas casas de adoção e pelas ruas da cidade, milhares de animais vagam moribundos, à espera de um lar, de alguém que lhes dê uma casa, alimento e muito amor. Se forem idosos e doentes então, a dificuldade é ainda maior. Cuidar de um animal idoso é uma prova de amor incontestável.
Assim como os humanos, os animais sofrem com a idade, e o pior, ao contrário de nós, não podem expressar sua dor, seus desconfortos, sua agonias. Aqui contamos a vida de uma dachshund, hoje com 16 anos. A dona a acolheu, junto com seu companheiro quando ela tinha 12 e ele 13 anos, e ainda não apresentavam problemas de saúde. Kika era uma cadelinha esperta e feliz, e Kiko seu namorido esperto a protegia de tudo e de todos. Apesar de serem cães de companhia, antes de serem adotados, viviam no fundo de um quintal, como se fossem cães de grande porte.
A advogada Cláudia Reis, ex-criadora de rottweillers, adotou há quatro anos o casal Kiko e Kika. Em sua casa, Kiko viveu por dois anos, mas já idoso, não suportou o cio tardio de Kika, e muito debilitado, veio a falecer. Kika, por sua vez, resiste bravamente e em 2013 vai comemorar 17 anos. Sua dona não poupa esforços para lhe proporcionar uma “velhice” segura e tranquila.
Surda, parcialmente cega, com a dentição comprometida e uma artrose que lhe provoca dor e pouca mobilidade, Kika vive sob cuidados alimentares, muito carinho e medicação. Sua dona sequer cogita a possibilidade de “eutanásia” pois diz que “enquanto há vida, há esperança”, e que não seria justo, desprezar um animal que tantas alegrias lhe deu, por conta das dificuldades que a idade lhe traz. Kika é muito amada em sua casa, coberta de mimos, tem sua cama, seus brinquedos e comidinha especial, uma vez que já passou duas cirurgias dentárias para conter gengivite e tártaro.
Banhos, cuidados, atendimento veterinário e muito mimo. Kika é uma felizarda. O intuito deste texto é chamar a atenção para um tema muito sério: o abandono de animais idosos. Covardia cometida por muitas pessoas, quando seus animais ficam velhinhos e requerem cuidados.
Cláudia Reis, entre tantos outros exemplos de humanidade e solidariedade é um caso a ser copiado, pois num mundo onde há tanta maldade e injustiça contra os animais, é lindo ouvir alguém que diz: “minha intenção é mantê-la viva e com qualidade de vida, até quando Deus Quiser”!
