Confira entrevista com principais atores de "Lost"

Lost, o seriado americano que revolucionou a narrativa televisiva, expandindo-a para além de sua mídia natural direto para dentro da cultura da internet, chegará ao fim nos próximos meses. A sexta, e última, temporada da série começa a ser exibida nos Estados Unidos na terça-feira (2) e uma semana depois, dia 9, chega ao Brasil no canal pago AXN. Já em setembro de 2004, quando Lost começou a ser exibido, sabia-se que a série terminaria na sexta temporada e a chegada inevitável do fim deve ser recompensadora para os fãs, que aguardam respostas para uma infinidade de enigmas acumulados em mais de cinco anos. A reportagem de ÉPOCA foi até o Havaí, onde a série é gravada, e conversou com alguns dos principais atores do elenco.

Confira abaixo e nas próximas páginas as entrevistas com Terry O’Quinn (John Locke), Josh Holloway (Sawyer), Michael Emerson (Ben), Evangeline Lilly (Kate), e Henry Ian Cusick (Desmond).

Terry O’Quinn, o John Locke

ÉPOCA – Você ficou feliz com o destino de seu personagem?
Terry O’Quinn – Bem, foi uma jornada e tanto para John Locke. E aparentemente terminou (risos). Se eu fosse um espectador comum, eu diria que John Locke morreu e pensaria “que decepção para ele”. Eu o vejo como um personagem trágico, um homem difícil de gostar. Ele achou que tinha a chance de ser alguém, respeitado, amado, ter mudado algo. No fim parece que não conseguiu isso. Aquele que está lá não é mais Locke.

ÉPOCA – Como você faz para viver um papel se saber exatamente quem você é?
O’Quinn – Não me preocupo muito. Apenas leio o roteiro e imagino o que esse personagem quer fazer. Nunca me disseram que não era mais John Locke, passei a quinta temporada sem saber. No primeiro ou segundo episódio avisei que ia interpretar Locke como ele sempre foi, porém indestrutível, mais confiante e ousado. Aparentemente, ele agora é um indivíduo mais perigoso. Eu ando como Locke, falo como ele, mas não sou exatamente o mesmo. Este é mais malvado (risos). Ele tem outras coisas em mente.

ÉPOCA – Você tem sua teoria pessoal? Imagina como será o fim?
O’Quinn – Não tenho. Para mim não faz a mínima diferença, como ator. Não sei como termina, mas acredito que para os fãs será satisfatório. Vamos fechar o livro. Eu confio nos produtores. Eles têm muita coisa para explicar aos fãs, mas têm feito um bom trabalho nos últimos cinco anos.

ÉPOCA – Você já discordou de algo que Locke tenha feito?
O’Quinn – Claro, às vezes eu questiono as atitudes do personagem. Como na ocasião em que atirei uma faca nas costas de uma mulher e logo depois fui incapaz de deter Jack numa cena… Poderia ter dado um tiro no seu joelho ou algo assim. Quando levantei essa questão, os autores basicamente me disseram “você está recebendo seu salário direitinho, não é?” (risos). Eles me colocaram no meu lugar e aprendi uma lição: a decisão não é minha. Eu não sei o que vem pela frente. Tenho de confiar nesses caras e saber que haverá chão na hora em que eu der um passo adiante. Até hoje houve.

ÉPOCA – A série foi criticada por ter demorou demais para resolver alguns mistérios. O que pensa disso?
O’Quinn – Creio que foi frustrante para muita gente. Especialmente para as pessoas que queriam as respostas de imediato, as que não querem esperar. É o sujeito que compra um livro e no meio da história não se agüenta e lê o final, daí sossega. Eu acho que o telespectador de Lost tem de ter prazer com o processo. Essas são as pessoas que ficaram conosco. Nem eles gostariam de ter os mistérios revelados antes da hora.

ÉPOCA – O que você aprendeu com a série?
O’Quinn – Hoje acho que existe gente que realmente me ouve, mais do que havia antes. Esse é o melhor emprego que eu já tive. Em geral, bons trabalhos assim duram uma semana, talvez um mês. Esse durou seis anos. Estou fazendo tudo que posso para que essa fase continue. Tenho um projeto de uma série com Michael Emerson, estou procurando um produtor que se interesse. Sinto-me como John Locke. Eu vim para essa ilha e de repente ganhei poder. E quero manter esse pique. Não quero voltar para uma “cadeira de rodas” na minha carreira.

ÉPOCA – Como é morar no Havaí?
O’Quinn – Morar e trabalhar aqui é maravilhoso. Não surfo, mas jogo golfe, nado, ando na praia. Nunca estive tão saudável. Com minha idade, me sinto em forma. Mas se eu tivesse de morar aqui para sempre, sem trabalho, enlouqueceria.

Fonte: Época

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