Cachaças alagoanas conquistam mercados

Não é só o Estado de Minas Gerais que produz algumas das melhores cachaças do Brasil. Aqui em Alagoas existem vários engenhos produtores da bebida mais consumida e mais popular do país com qualidade. Surgida há 500 anos, com o forte advento da cana de açúcar no país, a cachaça criou um sabor único e inigualável à qualquer outra bebida alcoólica oferecida nos restaurantes e nas gôndolas de supermercados. É justamente para conquistar esse nicho de mercado local que produtores de cachaças de Alagoas se uniram e criaram a Associação dos Produtores de Cachaça de Alambique e Derivados da Cana de Açúcar de Alagoas (Aprocal).

Com o apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística (Sedec), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), os produtores das cachaças Brejo dos Bois, Cachaça das Alagoas, Gogó da Ema, Engenho Nunes, Cachaça JG e Gameleira recebem orientações para alcançar os pilares do sucesso, através do aumento de produção, divulgação e comercialização dos produtos. Duas dessas, além da produção do destilado, também fabricam o mel de engenho e a tradicional rapadura, acompanhamentos indispensáveis à bebida.

De acordo com o presidente da Aprocal, Francisco Beltrão, as cachaças produzidas no Estado de Alagoas têm tudo para ficar entre as melhores do Brasil. “Na nossa produção, usamos o mesmo padrão que é utilizado nos engenhos de Minas Gerais ou até melhor, porque sei que tem muitas cachaças mineiras boas, mas também existem outras que precisam ser melhoradas. Outros estados que merecem destaque na produção de cachaças de alambique são Paraíba, Ceará, Pernambuco e Bahia”, destacou.

Cachaças — No Brasil, existem dois tipos de cachaças — as que são produzidas em alambiques e as industrializadas em grandes fábricas, a exemplo da 51, Pitú e Ipyoca. Somente em Alagoas, existe mais de 30 produtores de cachaça, mas apenas seis fazem parte da Aprocal e envelhecem a bebida alcoólica, com 40% de álcool, em barris de carvalho, jequitibá, umburana e jatobá. Essas madeiras proporcionam — depois de um ano — sabores diferenciados aos paladares mais aguçados.

Segundo o presidente da Aprocal, a estimativa é de que cada engenho instalado em solo alagoano produza cerca de 300 litros de cachaça por dia, o que é considerado pouco, se for comparado à produção da bebida em outros estados do país.

“Acho que a nossa produção ainda é muito pequena porque faltam coisas importantes a serem inseridas neste segmento. O apoio que a Sedec e o Sebrae estão nos dando em trazer para cá o Rogélio Brandão, que é um mestre em fermentação, ajuda a ampliar os nossos conhecimentos e as técnicas que adotamos no dia-a-dia dos engenhos”, frisou o presidente da Aprocal, Francisco Beltrão. Segundo ele, Rogélio vai contribuir para a padronização das cachaças alagoanas, na escolha da cana de qualidade, no armazenamento da bebida e na criação de novas tecnologias.

Para Francisco Beltrão, a união das melhores cachaças do Estado à força que o Governo está proporcionando já é um avanço a ser comemorado, pois foi através dessa aliança que surgiu a Cadeia Produtiva da Cachaça. A partir dela, os associados da Aprocal estão tendo desdobramentos de comercialização bastante significativos. Um exemplo é a intenção das instituições em montar o Programa Alagoano das Cachaças de Alambique, ainda sem previsão.

Associação — Os produtores de cachaças brancas e envelhecidas, ou seja, prata e ouro, do Estado de Alagoas, tentam conquistar o selo de qualidade da cachaça, através da Certificação da Cachaça do Alambique concedido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Sebrae.

Os produtores interessados em fazer parte da Associação dos Produtores de Cachaça de Alambique e Derivados da Cana de Açúcar de Alagoas (Aprocal) ainda têm tempo. Para ser um associado, basta preencher a ficha de compromisso com a Aprocal, participar das reuniões regularmente e entrar em contato com o presidente da associação por meio do telefone 9981-1617.

Fonte: Agência Alagoas

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