Governador reconhece que atraso no orçamento causa prejuízos

Luis Vilar/Alagoas24Horas“É muito difícil atender o desejo do presidente Fernando Toledo”, colocou Vilela

“É muito difícil atender o desejo do presidente Fernando Toledo”, colocou Vilela

“Ainda não há novidades”. Esta foi a primeira frase do governador de Alagoas Teotonio Vilela Filho (PSDB) ao ser indagado sobre a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) na Assembleia Legislativa. A peça orçamentária se encontra no Poder Legislativo desde o final do ano passado, mas esbarra nas negociações do aumento do reajuste do duodécimo da Casa de Tavares Bastos.

Os deputados estaduais, que conforme prevê a peça orçamentária do Executivo, recebem R$ 113 milhões por ano, querem um reajuste de 5%. As negociações estão sendo comandadas pelo presidente do Poder Legislativo, deputado estadual Fernando Toledo (PSDB). Vilela coloca que ainda não houve avanços. Vale ressaltar que há duas semanas, Toledo havia afirmado na imprensa que o parlamento aceitaria o congelamento do valor em R$ 113 milhões.

Porém, a pressão dos demais deputados estaduais fez com que a questão do duodécimo voltasse a ser empecilho para a votação. Os parlamentares já conseguiram um acordo para as emendas que resultou em um remanejamento de R$ 19 milhões e agora buscam receber 5% a mais. O governador voltou a ressaltar o que o reajuste é impraticável por conta da condição financeira do Estado.

“É muito difícil atender o desejo do presidente Fernando Toledo. É compreensível o pleito e legítimo, mas a situação do Estado é difícil”, colocou Vilela. O governador destacou ainda que os números de janeiro e fevereiro apresentam melhoras na situação financeira, mas não seria o suficiente para aumentar o duodécimo da ALE. Pela primeira vez, o governador reconheceu prejuízos em relação ao atraso da votação. “Começamos a ter problemas. São as novas obras que não tem como receber os recursos, porque estamos trabalhando com 1/12 do orçamento do ano passado”, frisou.

Ao ser indagado sobre o fato de conceder aumento ao duodécimo da ALE depois que uma operação federal – a Taturana – revelou o desvio de R$ 300 milhões no parlamento, em 2007, quando os deputados já recebiam R$ 113 milhões, Vilela disse que “olha o parlamento como institucional” e o trata como os demais poderes, repassando o que é determinado por lei de forma constitucional.

Durante a entrevista, concedida em um evento, Vilela falou também sobre o protesto dos agentes da segurança pública em frente ao prédio onde mora. O ato dos policiais civis e militares ocorreu na quinta-feira, dia 25, e chegou a incomodar os vizinhos do governador, por conta do som alto. “Acho um protesto abusivo. Foi um abuso. Os meus vizinhos não tem nada a ver com isto. Foi uma estratégia mal educada”.

Vilela reconheceu o pleito dos policiais e ressaltou que são diversas as categorias de servidores públicos que merecem reajuste. “Estes reajustes não dependem da minha vontade, mas da condição financeira do Estado. Estamos melhorando a arrecadação e esta é a minha resposta. Trabalhar para melhorar a arrecadação e poder conceder, quando possível, o reajuste dos servidores públicos”, finalizou.

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