Policiais e moradores do Selma Bandeira mantêm relacionamento saudável e constante
A sensação de segurança no Conjunto Selma Bandeira, localizado no Complexo Benedito Bentes, em Maceió, vem sendo uma realidade cada vez mais presente no cotidiano dos moradores. Com a implantação da Polícia Comunitária, em agosto do ano passado, agentes da segurança pública e a comunidade iniciaram uma experiência que já tem dado resultados satisfatórios.
Em seis meses, completados no último dia 12, o projeto-piloto de policiamento comunitário, idealizado pela Polícia Militar de Alagoas na área, vem provando que a prevenção é sim um dos meios mais eficazes de combate à violência. Apenas dois homicídios foram registrados de lá para cá, o que traz uma redução de aproximadamente 75% nos índices de morte do tipo no Selma Bandeira.
No final de 2009, uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas nos estados brasileiros, em locais onde foram instalados os Territórios de Paz, mostrou o perfil dos lugares com maior satisfação quanto à sensação de segurança. O Complexo Benedito Bentes, em Maceió, foi considerado o que possui a melhor satisfação do país. “O resultado desta avaliação se deve muito à significativa redução de crimes no Conjunto Selma Bandeira, que fica no Benedito Bentes”, enfatiza a tenente Joyce Bezerra, do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária da Polícia Militar de Alagoas.
Diariamente, policiais militares percorrem as ruas do Selma Bandeira para colher informações acerca dos principais problemas enfrentados pelos moradores, seja na área de segurança ou em qualquer outra onde sejam detectadas deficiências na prestação de serviços públicos. Os policiais atuam como intermediadores nos conflitos existentes entre os moradores, o que reduz a possibilidade de brigas e assassinatos na comunidade. A maioria das desavenças é de dívidas e som alto.
O tráfico de drogas na região também foi reduzido graças às ações dos policiais militares que compõem as equipes de policiamento comunitário. “Engana-se quem pensa que os policiais deixaram de agir de forma enérgica devido à aproximação com os moradores. Se precisarem intervir de forma mais enérgica, eles assim farão, sem nenhum problema”, explica a tenente Joyce. Ao todo, 17 policiais militares do 5º Batalhão integram as equipes.
Segundo a oficial, no ano passado foram registrados quatro casos de desacato à policiais militares no Selma Bandeira. “Tivemos que realizar em janeiro uma palestra com os moradores para explicar sobre o desacato e suas consequências e até hoje não se teve mais registros de desrespeito contra os policiais”, afirmou.
Para a chamada segunda etapa do policiamento comunitário, a PM englobará projetos sociais que farão parte do dia-a-dia dos moradores durante todo o ano. Dentre eles está o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, desenvolvido por policiais da própria PM e o projeto Bombeiro Mirim, pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas. Para este semestre, está previsto também a implantação de uma base de Polícia Comunitária no Conjunto Osmam Loureiro.
