Mulher de 135 kg é barrada na tomografia

A teleoperadora Andréia da Silva Ferreira, de 32 anos, esperou dois meses para fazer uma tomografia e descobrir a causa das suas enxaquecas insuportáveis. Mas no dia do exame, a mulher, que pesa 135 kg, foi informada no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, no ABC, que o aparelho só aguentava até 120 kg. Ela teve de voltar para casa, sem qualquer orientação. Após ser procurada pelo G1, a Secretaria da Saúde disse que a paciente fará o exame em outro lugar.

O caso ocorreu em 25 de fevereiro, dia em que Andréia disse ter ouvido de um enfermeiro: “Não tem como fazer o exame porque a máquina não te aguenta. Não tem jeito”. “Fui humilhada. Todos te olham pelo tamanho e não como uma pessoa. Poderiam ter me encaminhado a um programa de incentivo para emagrecer, mas fui embora sem fazer o exame”, desabafou Andréia, em entrevista na segunda-feira (8).

A teleoperadora Andréia da Silva Ferreira, de 32 anos, esperou dois meses para fazer uma tomografia e descobrir a causa das suas enxaquecas insuportáveis. Mas no dia do exame, a mulher, que pesa 135 kg, foi informada no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, no ABC, que o aparelho só aguentava até 120 kg. Ela teve de voltar para casa, sem qualquer orientação. Após ser procurada pelo G1, a Secretaria da Saúde disse que a paciente fará o exame em outro lugar.

O caso ocorreu em 25 de fevereiro, dia em que Andréia disse ter ouvido de um enfermeiro: “Não tem como fazer o exame porque a máquina não te aguenta. Não tem jeito”. “Fui humilhada. Todos te olham pelo tamanho e não como uma pessoa. Poderiam ter me encaminhado a um programa de incentivo para emagrecer, mas fui embora sem fazer o exame”, desabafou Andréia, em entrevista na segunda-feira (8).

Pressão alta

Apesar de relatar ter sido a primeira vez que foi “barrada” ao tentar fazer um exame, a mulher contou que, em muitas ocasiões, se sentiu humilhada em consultas médicas. “Certa vez, um médico disse que minha pressão era muito alta porque eu era obesa e negra”, lembrou Andréia, ressaltando que um pico de pressão dela pode chegar a 27 por 13 (o ideal é 12 por 8 em pessoas sem problemas de saúde).

Para driblar a enxaqueca, a teleoperadora tem uma tática: “Eu ando com água congelada na bolsa para colocar na cabeça durante o dia porque sinto uma queimação”. A mulher disse ter “implorado” em novembro ao clínico de um posto de saúde de Ribeirão Pires para que fizesse o pedido do exame, previsto apenas para 25 de fevereiro.

Coordenador do Programa de Atendimento ao Obeso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o psiquiatra Artur Kaufman disse que a situação pela qual Andréia passou é “mais uma” dentre tantas outras que podem ser humilhantes aos obesos. “A leitura que ela faz é a de que foi recusada, mas não é isso. Era uma questão de segurança", disse o médico, após ser informado pela reportagem sobre o caso. "Mas a pessoa se sente humilhada.”

De acordo com ele, quem está muito acima do peso sofre problemas físicos e psicológicos. “São pessoas psiquiatricamente comprometidas, muito problemáticas, com problemas cardiovasculares que aumentam. Usam a comida como droga.”

Andréia disse que não reclama de ser obesa, mas de ter sido maltratada por isso. “Eu me senti abandonada.”

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