Direção avalia liberação da visitação no Baldomero
O Presídio Baldomero Cavalcanti registra seu segundo dia de tensão entre detentos e familiares de presos. Após a rebelião que deixou dois feridos, um módulo não terá direito a visitação nesta quinta-feira, dia 29, como punição pela confusão promovida na noite de ontem em protesto pela falta d’água na unidade prisional.
Dezenas de esposas de presos se concentram na porta do presídio, no bairro Cidade Universitária, aguardando informações sobre os feridos na rebelião de ontem. A Intendência Geral do Sistema Penitenciário (Igesp) afirma que não houve feridos no conflito, mas dois detentos deram entrada no Hospital Geral do Estado (HGE).
Os reeducandos do Baldomero Amisterdã da Silva, de 21 anos, e Fernando Mota Cavalcante, 25, deram entrada na unidade hospitalar às 21h30 desta quarta-feira, 28, e tiveram alta médica por volta de 0h, onde retornaram para a unidade prisional. Amisterdã foi ferido no pé com um disparo de bala de borracha e Fernando teve um deslocamento de clavícula. A entrada dos presos para atendimento médico foi registrada no Posto Policial do HGE.
Na manhã de hoje, o clima já é tenso novamente na unidade prisional. Até às 9h, nenhuma visita ainda teria sido autorizada a entrar na unidade. Informações de familiares apontam que do lado de fora do presídio é possível ouvir o barulho provocado por presos nos módulos.
De acordo com a assessoria de comunicação da Igesp, hoje seria dia de visitação para os módulos II, IV e V, os três envolvidos na rebelião de ontem. Como punição disciplinar, os 140 presos do módulo II não terão direito à visita de familiares nesta quinta, uma vez que teriam sido os responsáveis pelo início do motim e pela incitação dos outros dois módulos à rebelião.
Ainda não há confirmação se haverá visita nos módulos IV e V. Segundo a assessoria, a direção da unidade prisional está avaliando as condições de segurança para liberar ou não as visitações nos dois módulos.
Do lado de fora do presídio o clima também já é tenso. Familiares de presos ameaçam bloquear a rodovia BR-104 caso haja suspensão das visitas.
Na noite de ontem, os presos chegaram a atear fogo em colchões, fardamentos e promoveram uma "chuva de pedras" nos corredores do presídio. A situação apenas foi contornada mais de duas horas depois pelos agentes do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP) e Grupo de Operações Internas (GOI).
Ainda segundo a Intendência, o abastecimento de água no presídio foi normalizado ainda na noite de ontem.
Visitação
Por volta das 10h30, a visitação foi liberada pela direção da unidade prisional. Segundo a assessoria da Igesp, a visita acontece normalmente nesta quinta-feira nos módulos II, IV e V.
A situação é tranquila na unidade prisional. Ainda segundo a Igesp, o deslocamente de clavícula do preso Fernando Mota Cavalcante não ocorreu durante a rebelião registrada na tarde de ontem, uma vez que o detento pertence ao módulo III, onde não foi registrada inquietação.
atualizada às 11h05.
