Seleção brasileira chega para treinar em Soweto
O Brasil realizou nesta quinta-feira um treino aberto ao público no estádio Dobsonville, em Soweto, bairro de Joanesburgo que ficou famoso por ser o berço de resistência negra durante o regime do apartheid. A seleção foi recebida com festa pela torcida, mas em momento nenhum as arquibancadas ficaram completamente lotadas. Ao final do treino, a maioria dos torcedores já tinha dio embora.
O treinamento comando por Dunga e pelo preparador físico Paulo Paixão não contou com a presença do goleiro Júlio César, que se machucou na partida contra o Zimbábue. Ele permaneceu em tratamento durante a manhã e sequer seguiu com o grupo para o estádio.
O treino começou com um trabalho físico forte, e os únicos titulares eram Maicon, Lúcio e Kaká. Depois, todos os jogadores fizeram algumas brincadeiras com bola e a tradicional roda de bobo. Com o tempo, os torcedores foram se desanimando, atrapalhados pelo frio. A equipe permaneceu em campo somente até as 17h30 locais (12h30 de Brasília), quando deixou o campo. As arquibancadas já não tinham quase nenhum torcedor.
As entradas para o treinamento foram distribuídas pela polícia. Em frente ao estádio, com capacidade para dez mil pessoas, cambistas tentavam vender os ingressos, o que ajudou a esvaziar o estádio. “Quer entrar? Dez rands(aproximadamente R$ 2,50)”, oferecia um torcedor. “É uma pena, essas entradas foram distribuídas de graça”, lamentava a estudante Kwanele Manqele, de 15 anos.
Dunga aprova calor da torcida
“Para mim e para todos jogadores, seria ótimo ter treinamentos sempre abertos. Mas o que aconteceu no passado acabou atrapalhando muito esse contato. Perdemos um pouco esse calor. Nós gostaríamos de ter a alegria do público sempre por perto”, afirmou o técnico da seleção nesta quinta-feira, referindo-se à experiência de 2006, em Weggis, quando os treinos foram abertos ao público antes da Copa do Mundo da Alemanha.
Na chegada do ônibus ao estádio de Dobsonville, nesta quinta, os torcedores vibraram com a presença dos jogadores. “Quer ver o Kaká. Ele é o melhor”, disse Kwanele Manqele. Apesar de não ter ingresso para entrar no estádio, ela foi com três colegas pra tentar chegar mais perto dos jogadores.
