Evento discute uso de drogas em Alagoas

Agência Alagoas/ArquivoNoélia Costa - Presidente do Fórum Permamente contra as Drogas

Noélia Costa – Presidente do Fórum Permamente contra as Drogas

O Fórum Permanente de Combate às Drogas realiza, no próximo dia 26 de junho, no Centro de Maceió, um evento com o objetivo de engajar ainda mais pessoas na luta contra as drogas, considerada a grande responsável pela criminalidade em Alagoas.

“Queremos conscientizar sobre o problema, já que as drogas estão presentes, infelizmente, nos 102 municípios do Estado e não é mais só uma questão urbana”, disse Noélia Costa Amaral, presidente do Fórum Permanente de Combate às Drogas.

A programação conta com o apoio do governo de Alagoas, da Prefeitura de Maceió e de várias entidades da sociedade civil, que são parceiras na luta contra as drogas.

Na última sexta-feira (28), a Secretaria Especial da Paz (Sepaz), junto com o Ministério Público Estadual, deu o pontapé inicial de uma ampla campanha de combate ao crack, ocorrida na cidade de Maribondo. O crack é considerado atualmente a maior praga entre os jovens, gerando altos índices de criminalidade, inclusive em Alagoas.

Noélia faz questão ainda de ressaltar que o primeiro passo para uma política efetiva de conscientização das pessoas em relação às drogas deve-se ao próprio Estado, quando trouxe a Alagoas, em 2007, o filósofo e matemático Antanas Mockus (57), ex-prefeito de Bogotá que conseguiu reduzir drasticamente o número de homicídios na capital colombiana. Atualmente, Mockus é um dos candidatos a presidente da Colômbia, onde disputará as eleições em segundo turno.

“Acredito que um passo importante foi dado quando o secretário de Planejamento, Sérgio Moreira, teve a iniciativa de convidá-lo a visitar Alagoas para que o ex-prefeito nos mostrasse sua experiência também no combate às drogas”, lembrou Noélia.

Tratamento diferenciado – Noélia alerta ainda que o crack, maior febre que tem assolado e devastado vários lares alagoanos e no Brasil, precisa ser tratado de forma diferenciada, porque as pessoas, e até profissionais, ainda não estão inteiramente capacitadas para lidar com dependentes desse tipo de droga, que é relativamente nova em relação às outras, como cocaína e a maconha.

“Estudos têm apontado que o melhor tratamento não é mandar o dependente para um Centro de Atendimento Psicossocial como se fosse um problema mental, por exemplo, mas investir maciçamente na prevenção e na mídia, na mesma proporção que as drogas aparecem, a exemplo da forma como o álcool aparece nos meios de comunicação”, ressalta.

“O uso do crack se disseminou de forma muito mais rápida porque no Brasil foi praticamente abolida a aplicação intravenosa. Com o crack não é preciso usar seringas, basta um cachimbo, na maioria das vezes improvisado, como uma lata de alumínio furada, por exemplo”, diz Noélia, ao acrescentar que a droga chega ao sistema nervoso em apenas dez segundos. “Embora seja muito mais barato que a cocaína, ele acaba se tornando caro porque a dependência é muito maior do que qualquer outro tipo de droga”, completa.

Copa do Mundo – Noélia informa ainda que os especialistas já fazem um alerta: o período de jogos da Copa do Mundo, como o que já está sendo vivenciado atualmente, aumenta sensivelmente o consumo de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas, porque as pessoas estão propensas a ter euforia ou motivos para comemorar e lamentar resultados do futebol.

“Cerca de 99% das pessoas que frequentam um bar, por exemplo, estão preparadas para ingerir o álcool ou até mesmo fazer uso de outro tipo de droga, só esperando um motivo para executar o que inicialmente é um prazer”, exemplifica a presidente do fórum.

Ela acrescenta ainda que recentemente o Fórum Permanente de Combate às Drogas no Estado conseguiu ampliar a rede social de apoio às famílias com parceria fechada entre instituições de ensino superior, a exemplo da Faculdade de Alagoas (FAL), Cesmac e Faculdade Integrada Tiradentes (Fits). “Hoje são 119 estudantes que se juntaram a este trabalho do fórum”, diz, ao completar que a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) deve ser a próxima instituição a se engajar na campanha.

Para as pessoas que pretendam se engajar ou solicitar encaminhamentos para instituições que trabalhem com dependentes químicos os contatos são 9331-7650/ 9304-6156 ou ainda o e-mail npeproducoes@hotmail.com.

Fonte: Agência Alagoas

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