Santa Casa: equipamento para tratar arritmias

Uma tecnologia futurista, que faz lembrar filmes de ficção científica e permite a realização de procedimentos com grande precisão, direcionados ao tratamento das arritmias cardíacas. Chamada de Ensite, a nova ferramenta vem sendo utilizada na Santa Casa de Maceió, o que faz com que a capital alagoana seja a terceira em todo o Norte-Nordeste – ficando atrás apenas de Salvador e Fortaleza – a incorporar a nova tecnologia ao diagnóstico e tratamento das doenças do coração.

"Por meio do Ensite, são geradas imagens do coração em terceira dimensão e em tempo real. Funciona como um sistema de navegação que cria mapas do coração, facilitando a localização de estruturas responsáveis pela formação e manutenção de algumas arritmias cardíacas complexas, tornando possível a realização dos procedimentos de Ablação por cateter com maior precisão e segurança", afirma o médico cardiologista e responsável pelo serviço de Arritmia e Eletrofisiologia da Santa Casa de Maceió, Edvaldo Xavier.

O sistema Ensite de mapeamento 3D faz uma representação exata do coração (através de eletrodos aderidos ao tórax do paciente), mostrando ao médico as estruturas mais delicadas do órgão, como suas veias, artérias e até mesmo as descargas e impulsos elétricos gerados e transmitidos dentro do coração. Quando, por algum motivo, esses impulsos elétricos passam a não funcionar corretamente, o coração pode bater mais rápido ou mais lento que o normal, caracterizando a presença de uma arritmia cardíaca.

Entre os diversos tipos de arritmias cardíacas que podem ser tratadas com a nova técnica do Ensite, está a fibrilação atrial, cuja aplicação da nova tecnologia tem alcançado resultados satisfatórios.

Por se tratar da arritmia cardíaca mais comum na prática médica, podendo ocorrer em até 10% de toda população idosa, mas também acometendo jovens com corações normais, a fibrilação atrial pode iniciar com sintomas de palpitações frequentes, podendo a médio e longo prazo causar graves complicações como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca ou até mesmo a morte.

O tratamento da fibrilação atrial com drogas antiarrítmicas é, na maioria das vezes, ineficaz, daí sendo necessária uma intervenção chamada de ablação por radiofrequência para a eliminação do tecido doente, responsável pelo surgimento e manutenção da arritmia.

A ablação da fibrilação atrial consiste na introdução de alguns cateteres dentro do coração, em especial o cateter de ablação que tem como objetivo eliminar os circuitos ou tecido doente entre o átrio esquerdo (cavidade do coração) e as veias pulmonares, realizando uma espécie de "cauterização".
De acordo com o médico Edvaldo Xavier, antes da nova tecnologia, o tempo de procedimento era bastante longo, com aplicação de energia de radiofrequência em excesso, aumentando a exposição ao raio-x (radioscopia) e, consequentemente, o surgimento de algumas complicações.

Agora com o Ensite, o médico passa a controlar a quantidade de lesões realizadas dentro do coração, direcionando com extrema precisão as aplicações de radiofrequência com o cateter de ablação, já que se trata de um sistema 3D, diminuindo os riscos de complicações do procedimento, reduzindo o tempo cirúrgico e aumentando significativamente o sucesso no tratamento da fibrilação atrial.

Fonte: Ascom Santa Casa

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