Cirurgia inédita é feita no RN

diáriodonordeste.comO cirurgião Josué de Castro Neto, que realiza o procedimento no Ceará desde 2008, participou da cirurgia no Huol

O cirurgião Josué de Castro Neto, que realiza o procedimento no Ceará desde 2008, participou da cirurgia no Huol

PATRÍCIA ARAUJO

A equipe médica do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), de Natal (RN), realizou, na última terça-feira, uma cirurgia cardíaca inédita no Estado. O procedimento utilizou a técnica de videotoracoscopia – que se caracteriza por ser minimamente invasiva, ao reduzir o tamanho do corte no paciente de 25cm para apenas 5cm, bem como o tempo de cicatrização e de manipulação do coração. A operação contou com a participação do cirurgião Josué de Castro Neto, que já realiza cirurgias utilizando essa técnica no Ceará desde 2008.

O Ceará foi o primeiro Estado nordestino a aplicar esta tecnologia em cirurgias de coração. A técnica da videotoracoscopia foi trazida dos Estados Unidos e da Europa, países que adotam esse procedimento desde 1996.

A cirurgia minimamente invasiva é uma tendência na Medicina, pelo fato de gerar menos riscos ao paciente, ao evitar hemorragias, inflamações e dores muito fortes. "O tempo de internação diminui de dez para sete dias. Cinco dias depois, o paciente já pode dirigir e voltar ao trabalho. Nas cirurgias tradicionais, o paciente leva cerca de 45 dias para voltar a dirigir", explica o cirurgião Josué de Castro Neto.

A operação consiste basicamente em uma incisão no lado direito do tórax. Equipamentos como tesouras ou pinças especiais para essa cirurgia entram no espaço entre as costelas. "Nas cirurgias tradicionais, o corte é de 25 centímetros, já com a técnica de videotoracoscopia a incisão é de quatro a seis centímetros, no máximo", destaca o médico.

A cirurgia realizada esta semana no Hospital Universitário Onofre Lopes foi considerada um sucesso. O paciente, de 31 anos, apresentava um problema no septo interatrial – parede que separa o átrio esquerdo do átrio direito do coração -, que poderia provocar a mistura do sangue venoso com o arterial. O procedimento realizado corrigiu o problema.

"O paciente saiu consciente do centro cirúrgico e foi transferido para a UTI, onde permanecerá por mais dois ou três dias e depois deve ser transferido para a enfermaria", disse o cirurgião Hernani Gadelha, que coordenou a equipe médica do Huol.

A parceria entre os especialistas do Ceará e do Rio Grande do Norte deve continuar com o objetivo de que seja criado um polo especializado em videotoracoscopia no Nordeste.

Benefícios

"A técnica reduz o trauma cirúrgico, o risco de infecção e a permanência no hospital"
Josué de Castro Neto
Médico especialista em cirurgia cardiovascular

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