Acusado na morte de agente federal vai a juri popular

Flávia Duarte/Alagoas24horasFamiliares de André Barros comparecem a julgamento

Familiares de André Barros comparecem a julgamento

Dezenas de pessoas lotam o Salão do Juri, no Fórum do Barro Duro, para acompanhar o primeiro júri popular em Alagoas de um acusado de crime contra a vida em acidente de trânsito. O enfermeiro Rafael Teixeira está sendo julgado nesta quarta-feira, dia 20, acusado de homicídio doloso (quando há intenção de matar), tendo como vítima o agente de polícia federal André Barros. Rafael dirigia sem habilitação, sob efeito de bebida alcoólica quando aconteceu o acidente de trânsito no bairro da Serraria.

O acidente aconteceu em maio de 2009. Rafael conduzia uma Ranger que atravessou a Avenida Nelson Marinho de Araújo, no Murilópolis, bateu em uma árvore e colidiu frontalmente com o carro do policial. André Barros teve morte instantânea.

A morte prematura do marido fez Helena Barros ampliar a discussão em Alagoas sobre os crimes de trânsito. Para ela é preciso ter punição mais dura para que as pessoas tenham consciência do perigo da combinação de direção e bebida alcoólica. “Queremos que o acusado seja condenado e que este caso seja referência para evitar que outras famílias passem pela mesma dor que estamos passando”, destacou a viúva de André Barros.

Rafael é acusado no processo por crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar, uma vez que estava conduzindo um veículo sem possuir carteira de habilitação e após ter ingerido bebida alcoólica. A defesa do acusado alega que o acidente foi uma fatalidade e tenta fazer com que o réu seja julgado por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. “Foi uma fatalidade. O Rafael já era um motorista de fato, já dirigia há mais de dez anos. Ele trabalhava dirigindo caminhões nas usinas onde trabalhava com o pai”, explicou o advogado Tales Azevedo.

Ainda segundo o advogado, a defesa questiona ainda o exame que avalia a quantidade de álcool no sangue que foi feito no acusado – segundo Tales – sem autorização. “Meu cliente estava desacordado e não autorizou a realização do exame. Ele não estava embriagado. Teria ingerido duas cervejas”, completou Azevedo.

Familiares, amigos e estudantes acompanham o júri presidido pelo juiz da 9° Vara Federal Geraldo Amorim. A previsão do magistrado é de que o julgamento transcorra o dia inteiro, com fim previsto para a noite de hoje.

Este é o primeiro caso de crime de trânsito em que o réu vai a júri popular em Alagoas, depois da Lei Seca. A acusação espera a condenação do réu, uma vez que Rafael dirigia sem habilitação, dirigia após ter ingerido bebida alcoólica. "Ele assumiu o risco de provocar o acidente, por isso esperamos a condenação", destacou o advogado Diógenes Tenório.

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