Enem veta relógio e lápis e cria polêmica

Foto: JC ImagemPleiteante a uma vaga de medicina, Dayse Ferreira diz ser contra a decisão

Pleiteante a uma vaga de medicina, Dayse Ferreira diz ser contra a decisão

Margarida Azevedo
Do Jornal do Commercio

Esqueça o lápis grafite que seria usado para escrever o rascunho da redação ou fazer os cálculos das questões de ciências exatas. Também deixe em casa o relógio que o ajudaria a controlar o tempo das provas. No próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado daqui a exatos 17 dias, em 6 e 7 de novembro, esses dois objetos estão proibidos, segundo edital que normatiza a avaliação. Estudantes e professores pernambucanos criticam a medida.

“Participei do Enem ano passado. As provas são muito cansativas e na sala, ficamos sem noção do tempo. Um relógio é fundamental para controlar as horas. Quando demorava muito numa questão, passava logo para outra”, conta o vestibulando Arnaldo Lapenda Júnior, 19, candidato ao curso de engenharia civil. “Vão proibir dois instrumentos primordiais no Enem. Sem relógio, o jeito será ficar perguntando a hora aos fiscais, o que pode atrapalhar a concentração dos outros candidatos. Responder as questões de caneta é ruim porque o espaço de rascunho é muito pequeno”, afirma Dayse Ferreira, 18, fera de medicina.

O professor de biologia Fernando Beltrão, que mantem um cursinho pré-vestibular no Recife, diz que vai ingressar na Justiça. “Também sou candidato pois estou inscrito no Enem. Vou exigir que me deixem fazer o exame com relógio ou que disponibilizem um relógio na sala. Sobre a proibição do lápis, ou permitem que eu utilize-o ou terão que fornecer papel suficiente para rascunho”, afirma Fernando Beltrão.

Ele estimulará seus alunos a fazer o mesmo. “O tempo é fator crucial no Enem. Há quatro horas e meia para responder 90 questões que, se forem como ano passado, serão longas e cansativas. O relógio ajuda na distribuição do tempo”, destaca o professor. Fernando também vai sugerir aos alunos que levem um relógio de parede e doem à escola ou instituição em que farão as provas.

Segundo o edital do Enem 2010, estão proibidos também borracha, apontador, lapiseira, livros, manuais, impressos, anotações, máquinas calculadoras e agendas eletrônicas, telefones celulares, pagers, bip, walkman, gravador e mp3.

SEGURANÇA – O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Enem, ressalta que há modelos de relógios que transmitem e recebem dados. Por isso, a proibição é uma medida de segurança, pois não há como checar o relógio de todos os 4,6 milhões de inscritos no Enem. Em relação à proibição do lápis, é uma questão de uniformidade, para que todos os candidatos tenham as mesmas condições de realização das provas.

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