Rombo no Panamericano

A investigação do rombo no Banco Panamericano aponta suspeita de que pode ter ocorrido desvio de dinheiro nas operações com cartões de crédito. Da perda total de R$ 2,5 bilhões do Panamericano, R$ 400 milhões tiveram origem nos cartões.

Durante a investigação, diretores já demitidos admitiram que financiavam o saldo de devedores dos cartões em valores superiores à dívida real. Assim, o dinheiro que saía do caixa do banco era superior ao que os clientes financiavam.
Um dos obstáculos na investigação é a espécie de limbo jurídico em que o setor de cartões de crédito se encontra no Brasil. Nenhum órgão de governo é responsável pela fiscalização da área. Além disso, a administradora de cartões do Panamericano não está subordinada ao banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O MPF-SP (Ministério Público Federal de São Paulo) e a Polícia Federal anunciaram nesta sexta-feira (12) a abertura de investigações para apurar eventuais crimes relacionados à crise envolvendo o Banco Panamericano e acompanhar a fiscalização do Banco Central sobre a instituição financeira.
De acordo com o MPF-SP, os procuradores da República Rodrigo Fraga Leandro de Figueiredo e Anamara Osório Silva serão os responsáveis pela condução de um PIC (Procedimento Investigatório Criminal).
Já a Polícia Federal instaurou um inquérito policial para apurar a eventual prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, dentre eles: gestão fraudulenta, prestação falsa de informações aos órgãos competentes e inserção de elementos falsos em demonstrativos contábeis. O inquérito foi instaurado “tendo em vista o fato relevante divulgado pelo Banco Panamericano”.
Na terça-feira (9) a CVM (Comissão de Valores Mobiliários, que fiscaliza o setor financeiro da economia brasileira) divulgou em sua página na internet um comunicado do Panamericano, no qual o banco informa “terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade”.
No mesmo comunicado, o banco anunciou que receberá um empréstimo de R$ 2,5 bilhões do Grupo Silvio Santos, seu acionista controlador, para equilibrar suas contas. A fonte dos recursos será o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), uma reserva guardada pelos bancos brasileiros para garantir crédito a acionistas e clientes em caso de problemas com algum associado.
O Grupo Silvio Santos, por sua vez, deu como garantia de pagamento para o empréstimo todos os seus bens – um patrimônio que inclui, além do próprio banco, as lojas do Baú da Felicidade, a marca de cosméticos Jequiti, a rede de TV SBT e o Guarujá Jequitimar (hotel), entre outros. No total, as garantias somam R$ 2,7 bilhões.

Fonte: R7

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