Demissão depois dos 40 anos indica que é hora de mudar

Luciano da Matta | A TARDECarlos Assis, à direita, na sala de trabalho com o grupo que coordena na PetroBahia

Carlos Assis, à direita, na sala de trabalho com o grupo que coordena na PetroBahia

Vanessa Alonso | A TARDE

Você passou boa parte de sua vida se dedicando a uma empresa, criou seus filhos com o salário que conquistou e finalmente está sossegado com o emprego garantido. Eis que um belo dia você recebe a notícia de que está demitido, já em meio aos seus 40 anos. Segundo especialistas de Recursos Humanos de Salvador, não é preciso desespero: “Antigamente havia preconceito com essa idade no mercado, mas hoje com o aquecimento da economia, isso não existe mais, pois o mercado está ávido por gente capacitada e com experiência”, tranquiliza a diretora da Ativa Recursos Humanos, Sônia Costa. E mais: o segredo é não se acomodar e cultivar boa formação durante a carreira.

Os dados comprovam a opinião da especialista. Conforme a última Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Salvador (Ped-RMS), realizada em 2009, a taxa de desemprego para a população com 40 anos ou mais era de 10,3%, o que significa uma redução de 2,1 pontos percentuais nos últimos quatro anos, uma vez que em 2006 a taxa era de 12,4%.

Em média, os desempregados nesta faixa etária levaram cerca de 67 semanas – o equivalente a um ano e três meses – em busca de um novo lugar ao sol. Pode parecer muito, mas os números são favoráveis, já que para o total de desempregados o tempo de procura ficou em torno de 74 semanas, ou seja, quase dois meses a mais. “Hoje ter mais de 40 anos não é empecilho para se recolocar no mercado, se isso acontecer é muito mais um problema de postura ou competência do que idade”, acrescenta Sônia.

Na prática, é a hora de aproveitar e voltar a enxergar a carreira com os olhos do mercado, realizando as mudanças necessárias e investindo em capacitação. O engenheiro civil e de petróleo Carlos Assis apostou justamente em sua capacitação quando foi demitido duas vezes em menos de oito anos, em decorrência de problemas estruturais nas empresas onde trabalhava. Em 1994, ele foi desligado de uma indústria química por conta da redução de efetivo. Menos de um ano depois, conseguiu outro emprego, onde ficou por mais sete anos, mas também acabou sendo demitido quando a empresa fechou as portas. Foi aí que ele tomou a decisão de fazer um mestrado: “Já previa uma nova etapa pelos rumos que a empresa estava tomando. Passei a atuar como professor durante muito tempo e só deixei de dar aulas no fim do ano passado, quando comecei o meu emprego atual”, disse ele, que conseguiu se manter com aulas e consultorias, já que o salário do seu segundo emprego era quase 50% inferior ao antigo.

Leia a reportagem completa no caderno Empregos & Negócios do jornal A TARDE deste domingo, com mais informações sobre recolocação no mercado de trabalho. Se for assinante, clique aqui para acessar a edição digital.

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