O banho sob analgesia alivia as dores dos pacientes durante a higienização das queimaduras
José Wemerson é uma criança levada e esperta, mas brincou com fogo. No horário de trabalho dos pais, junto com um colega, resolveu brincar com fósforo em casa e acabou se machucando gravemente. Internado no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE) com queimaduras nas pernas e braços, ele é mais um dos pacientes beneficiados com o banho sob analgesia, procedimento adotado no cuidado de pacientes com queimaduras graves.
Para a direção, que destaca a referência nesse tipo de atendimento, o novo serviço é uma conquista importante para as vítimas de queimaduras atendidas no Sistema Único de Saúde. Após a conclusão da obra de ampliação, em andamento no HGE, a unidade ganhará maior infraestrutura para ampliar esse tipo de assistência.
A médica anestesiologista do HGE, Suely Cavalcante, explica que o banho sob analgesia é um procedimento realizado em pacientes com queimaduras mais complexas. “Este recurso possibilita o alívio das dores de pacientes na hora de fazer a limpeza do ferimento. Sem a utilização do banho analgésico, as crianças e os adultos que chegam ao hospital com lesões graves podem sofrer muito na hora de tomar banho e de fazer a higienização adequada”, disse.
Segundo ela, o banho sob analgesia reflete a qualidade do atendimento realizado no único hospital referência para tratamento de queimados do Estado. “O procedimento reduz o tempo de internamento. Pacientes com queimaduras graves podem ficar até um ano internados em hospitais sem o banho sob analgesia. No HGE, com o procedimento, eles têm permanecido no máximo três meses”, salientou.
De acordo com a coordenadora do CTQ, a médica pediatra Viviane Ferro, os casos mais comuns de queimaduras são de escaldadura – líquido muito quente derramado sobre a pele – e combustão de fogo, por álcool ou gás. “O Centro de Tratamento de Queimados do HGE é especializado no tratamento de queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus. O hospital é a única referência de Alagoas para este tipo de tratamento”, destacou.
Com 20 leitos específicos para o tratamento de queimaduras, o CTQ conta com uma equipe formada por três cirurgiões plásticos, três pediatras, dois clínicos, quatro anestesiologistas, sete enfermeiros, 32 auxiliares e técnicos de enfermagem, dois fisioterapeutas e um psicólogo. Lá, o paciente encontra toda a infraestrutura necessária para o atendimento do mais alto nível médico-hospitalar.
