Projeto pretende recuperar a produtividade do sururu

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Um projeto desenvolvido por um pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) pretende apontar soluções para elevar a produtividade do molusco sururu no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú Manguaba, que há várias décadas vem caindo.

Segundo o coordenador do projeto, professor Carlos Ruberto Fragoso Júnior, que tem Mestrado e Doutorado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, entre os fatores que têm contribuído para a redução da produtividade de sururu está a poluição do complexo, por meio de efluentes domésticos e industriais, principalmente oriundos de indústrias do setor sucroalcooleiro e do polo químico.

Outros fatores, de acordo com o pesquisador, são o assoreamento do sistema, devido ao processo erosivo nas bacias hidrográficas e aumento da produção de sedimentos, e a redução da salinidade das lagoas, provocada pelo estreitamento do contato entre estas e o mar.

“Por isso, o projeto pretende apontar soluções que possam reduzir o processo de degradação e aumentar a produtividade do sururu, que é fonte de renda para tantas famílias de ribeirinhos”, destacou Carlos Ruberto Fragoso Júnior.

Ele explicou que uma das etapas do projeto consiste no monitoramento das lagoas, por meio de bóias adaptadas para verificar as variáveis ambientais, como condições químicas e meteorológicas.

Parcerias – Para definir alguns encaminhamentos do projeto, intitulado Ações para Recuperação da Produtividade do Sururu no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú Manguaba, foi realizada, na manhã desta quarta-feira (12), uma reunião na sede da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), que também contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan).

“A mão de obra na base da cadeia produtiva é muito mal remunerada, e o governo do Estado, com a parceria da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, pretende estruturar essa produção, para que o processo deixe de ser artesanal, tenha mais apoio, e as famílias tenham mais renda com a atividade”, salientou o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Edson Maruta.

“Esse projeto da Ufal não tem uma ligação direta com a cadeia produtiva, mas na medida em que ele apontar soluções para elevar a produtividade, certamente vai ter influência na renda dessas pessoas, e nós vamos apoiá-lo e iremos em busca de parcerias”, destacou Maruta.

Investimento – Ao todo, o projeto está orçado em mais de R$ 2,74 milhões e tem como objetivos específicos: diagnosticar os estoques atuais de sururu no Celmm, avaliar o regime hidrológico das bacias hidrográficas, realizar educação ambiental visando à conservação da espécie no Complexo Estuarino e criação de um Núcleo de Apoio e Gestão do Projeto Sururu, vinculado ao Centro de Tecnologia (Ctec) da Ufal.

Produção – “O sururu é sensível a mudanças da concentração de salinidade e sua ocorrência também está relacionada aos padrões hidrodinâmicos locais e de qualidade da água”, frisou o coordenador do projeto, professor Carlos Ruberto Fragoso Júnior.

Segundo dados do projeto, há 50 anos, a produção anual do sururu era de aproximadamente 5 mil toneladas. Trinta anos depois, caiu quase pela metade e, em 1997, era de apenas 1,5 mil toneladas. “Não há dados atuais sobre essa produção de sururu no Complexo Mundaú Manguaba”, disse o professor.

Fonte: Diego Barros

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