Especialista aponta riscos de diabetes na gestação

Ascom SesauMaria de Lourdes Gusmão, endocrinologista

Maria de Lourdes Gusmão, endocrinologista

Ser mãe é um desejo da maioria das mulheres, mas para aquelas que buscam primeiro a estabilidade profissional e financeira adiando a maternidade para segundo plano, são necessários alguns cuidados para garantir uma gestação saudável. Uma alimentação adequada, prática de atividade física e acompanhamento pré-natal contribuem para prevenir complicações na gravidez, a exemplo do diabetes gestacional. O alerta é da endocrinologista, Maria de Lourdes Gusmão.

Considerada uma doença de alto risco para a mãe e o bebê, o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) acomete mulheres com idade superior a 35 anos, obesas ou com ganho excessivo de peso durante a gestação, histórico familiar de diabetes, baixa estatura, síndrome dos ovários policísticos, complicações obstétricas prévias como morte fetal ou neonatal e macrossomia (peso ao nascer maior que 4 kg).

Na avaliação da especialista, Maria de Lourdes, que atua também na clínica geral no Hospital Geral do Estado (HGE), apesar do diabetes gestacional representar um risco elevado de morbimortalidade materna e fetal é possível manter uma gestação tranquila, mas com cuidados redobrados.

“As mulheres com fatores de risco devem ser submetidas a uma avaliação periódica do perfil glicêmico. É importante ressaltar que o bem estar fetal está diretamente associado ao controle metabólico materno, bem como a assistência multiprofissional com acompanhamento do obstetra, endocrinologista e neonatologista”, destacou, acrescentando que na Maternidade Santa Mônica, as gestantes dispõe de um ambulatório de endocrinologia.

A especialista explicou que as pacientes portadoras de diabetes gestacional têm alto risco de recorrência da doença em gestações futuras. Entre 20% a 40% dos casos podem vir a desenvolver diabetes mellitus tipo 2, em um período de 10 a 20 anos. “Em relação às crianças filhas de mães com diabetes gestacional, observa-se maior probabilidade de desenvolverem obesidade e diabetes na faixa etária entre 10 a 39 anos”, informou.

O surgimento do diabetes na gestação está associado à elevação de hormônios, como o lactogênico placentário, entre outros que bloqueiam a ação da insulina. “Em pacientes suscetíveis esse acréscimo hormonal gera um quadro de resistência da insulina associado à diminuição da secreção dessa insulina pelo pâncreas, ocasionando a hiperglicemia materna”.

Diagnóstico – A gestante portadora de diabetes não tratada ou com mau controle glicêmico tem maior risco de pré-eclâmpsia e parto prematuro. Com relação ao bebê, apresenta maior chance de macrossomia, síndrome da angústia respiratória neonatal, icterícia e hipoglicemia. A endocrinologista informou que recentemente a Associação Americana de Diabetes (ADA) publicou novas diretrizes para o diagnóstico de diabetes mellitus gestacional, que já estão sendo adotadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

“O médico deve solicitar a glicemia de jejum na primeira consulta do pré-natal, cujo valor deve ser inferior a 85 mg/dl para afastar um diabetes mellitus tipo 2 não diagnosticado. Valores igual ou maior que 126 mg/dl confirmam o diagnóstico de diabetes mellitus prévio. Entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, deve-se realizar o Teste Oral de Tolerância à Glicose (Totg) com 75g de dextrosol. Somente após a avaliação da glicemia é que o diagnóstico poderá ser confirmado”, afirmou Maria de Lourdes Gusmão.

O tratamento inclui dieta com redução de carboidratos (açúcar), atividade física respeitando-se as condições clínicas e obstétricas de cada paciente e insulina, quando não se consegue um bom controle glicêmico.

Fonte: Ascom Sesau

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