Músico foi esquartejado antes de ser enterrado

Priscylla Régia/Alagoas24Horas

Irmãos do músico prestam depoimento na delegacia

Ainda chocados com a brutalidade com que o músico Antônio Jorge Gomes da Silva, de 41 anos, foi assassinado, familiares da vítima acreditam que rigidez na educação do filho tenha motivado o jovem Jackson Willams Felix Gomes da Silva, 18 anos, a assassinar o próprio pai.

Três irmãos do músico prestaram depoimento na manhã de quarta-feira, dia 23, à delegada Maria Aparecida de Araújo, que preside o inquérito. Sebastião Nascimento, que reconheceu o corpo do irmão, informou que Antônio teve as pernas e os braços arrancados do corpo antes de ser enterrado.

A delegada Maria Aparecida aguarda o laudo da perícia técnica e cadavérico para dar continuidade à investigação. Ela diz não ter dúvida de que o autor do brutal assassinado foi o filho Jackson e acredita que ele não agiu sozinho para ocultar o cadáver. “É bem provável que ele [Jackson] estivesse acompanhado para enterrar o corpo do pai. A cova era funda”, destacou a delegada.

Os irmãos de Antônio Jorge acreditam que a rigidez na educação do filho tenha motivado o crime. “Ele era muito rigoroso com o filho, mas só queria o bem. Queria que o filho estudasse e não queria ele de amizades na rua. Antes de desaparecer, ele estava construindo em casa uma lojinha para que o filho vendesse materiais de instrumentos musicais. Essa era a opção dele caso os estudos não dessem certo”, relatou Dirlene Nascimento, irmã de Antônio Jorge.

“Se o Jackson não aguentava mais a rigidez do pai, ele teria outras formas de se livrar, como por exemplo ir para a casa da mãe, mas não cometendo esse crime. Antônio só queria o melhor para o filho”, completa Dirlene.

Equipes da Delegacia do 22° Distrito Policial realizam hoje novas diligências na casa onde o músico morava com o filho. Maria Aparecida quer colher mais informações que levem ao crime. “Acredito que Antônio Jorge tenha sido assassinado no quarto. Vamos recolher alguns objetos para serem periciados, como uma lanterna que está suja de sangue. A lanterna pode ter sido utilizada durante o trabalho de escavação da cova”, disse.

A família espera ainda hoje conseguir a liberação do corpo do músico no Instituto Médico Legal Estácio de Lima. O reconhecimento do corpo deve acontecer através da arcada dentária da vítima.

O jovem supeito no crime deverá se apresentar na delegacia na próxima sexta-feira para depoimento.

Caso

Antônio Jackson estava desaparecido há mais de 40 dias. O filho da vítima havia informado a polícia que o pai teria viajado para Pernambuco, onde faria um curso.

Após investigações, a polícia teve informações de que o músico teria sido assassinado pelo filho e enterrado na própria casa, no bairro do Trapiche.

O corpo foi encontrado na manhã de ontem após serem realizadas escavações na parte externa da casa.