O vereador por Maceió, Berg Holanda (PR), confirmou ter passado para base aliada do prefeito Cícero Almeida (PP), deixando de integrar o bloco de oposição, o qual passou a fazer parte durante as discussões da Comissão Especial de Investigação da “máfia do lixo”, que sequer foi instalada pelo fato do requerimento – de autoria de Ricardo Barbosa (afastado do PSOL) – ter sido “derrubado” em plenário.
Berg Holanda afirma que segue uma orientação partidária, pois o PR – que é presidido no âmbito estadual pelo deputado federal Maurício Quintella – já integra a base governista, ocupando a Fundação Municipal de Ação Cultura, que é presidida por Paula Sarmento. A vinda de Berg Holanda para a bancada foi comemorada em plenário pelos pepistas e pelo líder do governo Sílvio Camelo (PV).
A sessão desta terça-feira foi – inclusive – marcada por discursos de “elogios” ao prefeito Cícero Almeida. Estes foram encabeçados pelo próprio Camelo que parabenizou o prefeito pelas ações para a melhoria do trânsito, com a construção de novas vias, e por Marcelo Gouveia (PRB) que ressaltou a “contratação de uma empresa de vigilância para monitorar as escolas municipais”.
Os discursos uníssonos apontam para uma ampliação da base governista – conforme informações de bastidores – podendo arrebatar o PDT e o PCdoB em um futuro próximo. Camelo confirma que a sua liderança na bancada governista será marcada pelo diálogo e pela busca das alianças.
De acordo com Camelo, “a Casa vive um novo momento, com projetos, discussões propositivas e mostrar aspectos de um governo aprovado pelas urnas e pela população”. O líder da bancada faz referências ao período de turbulências na Câmara por conta das denúncias contra Almeida envolvendo SMTT, IPREV e a “máfia do lixo”. Com a ausência de um líder e as denúncias estourando, a bancada oposicionista acabou por se fortalecer, como reconheceu Ricardo Barbosa (PSOL).
Para Barbosa, é natural a recomposição da bancada governista com a chegada de uma liderança. “Eu continuo na oposição e vejo como natural esta recomposição. Aliás, eu nunca enxerguei o Berg Holanda como oposição, porque o partido dele sempre esteve lá com o prefeito”, disse.
“Eu acredito que a Câmara não perde independência. A sensação é de que a bancada governista tem quantidade, mas ainda não possui homogeneidade, enquanto a bancada de oposição teve crescimento qualitativo e em algumas discussões já conseguimos até cinco ou seis votos. Acho que ficou mais dinâmico o debate na Casa de Mário Guimarães”, colocou.
Ricardo Barbosa não acredita que um possível aumento da bancada governista signifique um “rolo compressor” sobre os opositores. Ainda em relação a oposição, os demais partidos passíveis de cooptação pela bancada governista nega diálogos com o prefeito inicialmente. Marcelo Malta (PCdoB) diz que mantém a postura independente.
Já Paulo Corintho (PDT) não descarta a possibilidade de uma conversa entre Cícero Almeida e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) ocorrer, mas que – por enquanto – “fica tudo como está”. “Estive com Ronaldo recentemente e conversamos sobre o assunto. Ele me disse que não foi procurado em nenhum momento pelo prefeito para qualquer conversa. O PDT segue na oposição nesta casa. Fica tudo como está“, frisou.
Mas, conversas futuras podem surgir. Outro partido que já iniciou o diálogo com o prefeito – conforme informações de bastidores – é o PTdoB de Silvânia Barbosa e Théo Fortes. Há apostas de que a oposição pode vir a se resumir a Luiz Pedro (PMN) e ao PSOL, com Heloísa Helena e Ricardo Barbosa. Ressalte-se que este último pode vir inclusive a ser expulso do PSOL, por conta de divergências partidárias internas.
Após a crise, o prefeito começa a construir um cenário favorável a ele na Câmara Municipal de Maceió e o principal responsável por isto é Sílvio Camelo. “A Câmara Municipal cumpre o seu papel de fiscalizar, mas também de reconhecer o que tem sido feito de positivo na administração de Maceió”, colocou ainda, durante pronunciamento.
