Uso descontrolado de antibióticos pode ser negativo

SesauMédica Maria das Mercês Pereira

Médica Maria das Mercês Pereira

As bactérias estão presentes em praticamente todos os locais e embora sejam responsáveis por uma série de doenças, elas também são utilizadas em prol da humanidade. É o caso, por exemplo, das bactérias usadas na produção de alimentos como iogurtes, queijos e vinagres. Mas, de acordo com uma especialista, o surgimento e disseminação de bactérias multirresistentes nas instituições de saúde têm como agravante o uso indiscriminado de antibióticos nos hospitais e em casa.

A médica Maria das Mercês Pereira, coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Geral do Estado (HGE), avalia que a ocorrência de bactérias multirresistentes nos hospitais, tais como Acinetobacter baumanii e Pseudomonas aeruginosa, não é uma novidade para os profissionais de saúde, nem para as autoridades de saúde pública. Para a profissional, o índice de infecção hospitalar está dentro do padrao aceitável.

“As pessoas precisam entender que microorganismos sempre existiram e estão presentes em vários lugares. O combate a esses agentes deve contar com a colaboração dos profissionais de saúde e da população, que precisam ter uma participação mais ativa na adesão da lavagem adequada das mãos e controle do uso de antibióticos em casa”, destacou.

No ambiente hospitalar, vários fatores contribuem para a existência e disseminação das bactérias multirresistentes como o uso de antibióticos de amplo espectro de forma inadequada, procedimentos invasivos, longa permanência hospitalar, alta demanda de pacientes internados e gravidade das doenças.

Para ampliar o controle sobre os antibióticos e contribuir para a redução da resistência bacteriana na população, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou, no final no ano passado, novas regras para a venda de antibióticos. Com a medida, farmácias e drogarias de todo o País só podem comercializar esses medicamentos mediante a apresentação de receita médica.

“Esperamos que essa ação ajude a reduzir o índice de resistências bacterianas. Também é preciso enfatizar que a presença de bactérias multirresistentes não ocorre apenas em determinados serviços de saúde, mas é problema de saúde pública no mundo inteiro. O que todos concordam é que a prevenção é o melhor remédio e a maneira mais eficaz de prevenção e controle continua sendo a lavagem correta das mãos. ‘Participe desta ideia: mãos limpas contra a infecção hospitalar”, reforçou.

Controle

A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do HGE segue rigorosamente o protocolo de manejo de pacientes que apresentam multirresistência bacteriana, conforme preconizado pela Anvisa e a Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. As normas técnicas dessas duas instituições serviram como base para a elaboração do manual de orientação para o controle de bactérias multirresistentes no HGE, lançado em outubro do ano passado.

A Comissão possui o controle de todos os pacientes portadores de bactérias multirresistentes, mantendo-os em leitos isolados e devidamente tratados. Desde o diagnóstico microbiológico, são adotadas todas as medidas de controle. A equipe de profissionais que presta assistência a esse perfil de paciente está devidamente treinada e conta com Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) específicos.

Fonte: Ascom/Sesau

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