Obras ricas em cidades pobres

Enquanto prefeitos de todo o Brasil se reuniram em Brasília, na semana passada, na tentativa de buscar mais dinheiro para viabilizar os caixas das prefeituras, gestores públicos abrem os cofres em municípios pobres de Alagoas para adquirir material de limpeza, reformar o material de escritório ou promover festas- com o dinheiro público.

Em Poço das Trincheiras, sem licitação, a Prefeitura pagou, em maio, a conta de uma festa realizada em janeiro- o Dia de Reis. A homenagem dos três reis magos Belchior, Baltazar e Gaspar ao nascimento do pobre menino Jesus Cristo custou R$ 195 mil.

Dados do Mapa da Pobreza e Desigualdade- de 2003- do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 50,56% da população de Poço das Trincheiras é considerada pobre, com 37,17 abaixo da linha de pobreza.

Contratando por licitação, a Prefeitura de Paripueira quer executar obras de engenharia para pavimentação, em paralelepípedo, de três ruas. Custo do contrato: R$ 493.164,97.

Em situação pior que Poço das Trincheiras, 77,25% da população de Paripueira é classificada como pobre, segundo o IBGE. E 67,48% delas está abaixo da linha de pobreza.

Já Belo Monte quer gastar R$ 228.176,00 na compra de artigos em papelarias, mercadinhos e uma loja de móveis.

Só para a compra de materiais de limpeza, de expediente e de cozinha vai gastar R$ 33.500.

48,63% da população de Belo Monte é classificada como pobre, segundo o IBGE. 35,56% dela está abaixo da linha de pobreza.

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