A Comissão Especial de Investigação (CEI) da Braskem foi instalada durante uma reunião de seus membros, ocorrida na tarde desta terça-feira (31), na Câmara Municipal de Maceió. No encontro, a CEI definiu as primeiras atividades que serão desenvolvidas ainda esta semana e informou que convocará a Braskem para depor perante à Comissão.
Como a primeira atividade de campo, uma visita à sede da Braskem já foi agendada para esta sexta-feira (3) onde os membros da Comissão, o vereador Marcelo Malta (PCdoB), presidente, Eduardo Canuto (PV), vice-presidente, Ricardo Barbosa (PSOL), relator da CEI, e os vereadores Davi Davino (PP) e Carlos Ronalsa (PP), deverão analisar pessoalmente o local onde houve o acidente. “Durante a primeira visita, nós pretendemos conhecer a localização onde se deu o vazamento para que possamos analisar as reais condições estruturais da empresa”, explicou o presidente da CEI, Marcelo Malta.
Conforme Malta será cobrado da petroquímica, já neste primeiro encontro, o laudo técnico da Braskem com os dados conclusivos do acidente. Os vereadores deverão ainda convocar a empresa para depor perante a Comissão. “A empresa informou que precisava de sete dias para apresentar um laudo e, no entanto, nenhuma explicação técnica foi dada até agora.
Neste sentido, vamos cobrar celeridade na apresentação destes pareceres e convocar a Braskem para depor diante da CEI” – disse o vereador.
Já na próxima terça-feira (7) a Comissão Especial de Investigação ouvirá, também na Câmara de Maceió, às 11h, representantes do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE).
“Estes depoimentos e outros que ainda vamos colher, inclusive com as comunidades circunvizinhas à Braskem, faz parte de todo o processo de inquérito. Vamos ouvir todos os lados da história e fazer as investigações, envolvendo especialistas de cada área, conforme se faça necessário” – disse o vice-presidente da CEI, Eduardo Canuto, ressaltando que órgãos como a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e o Instituto do Meio Ambiente (Ima), entre outros, poderão ser acionados para dar suporte às investigações.
Trabalho conjunto
Ao ser contestado quanto à possibilidade de realização de um trabalho conjunto entre a Câmara Municipal de Maceió e outras instituições que também desenvolvem inquéritos envolvendo o caso, o presidente da CEI informou que as investigações poderiam se complementar, mas que a Comissão também desenvolvia um “trabalho único”.
“Temos acompanhado, através da imprensa, que outras instituições também estão desenvolvendo investigações referentes ao acidente. A Comissão está aberta para troca de informações, mas cabe ressaltar que a CEI tem prerrogativas judiciais que lhe dão autoridade para executar qualquer ação que caiba ao inquérito”, destacou Marcelo Malta.
Quanto ao prazo da conclusão das investigações, o relator da Comissão afirmou que “tudo indica que o processo seja concluído ao final dos cento e vinte dias”. “Ao passo em que andam as investigações é provável que entreguemos o resultado dentro do prazo que nos foi concedido. Mas caso seja necessário, temos ainda um acréscimo de mais sessenta dias” – concluiu Ricardo Barbosa.
