Sindpetro diz que explosões foram causadas por falha em processo

Sindpetro foi ouvido nesta terça-feira, 7, na CEI da Braskem, na Câmara Municipal de Maceió.

Ascom/Câmara de MaceióAntônio Freitas comenta laudo da Braskem

Antônio Freitas comenta laudo da Braskem

A Comissão Especial de Investigação (CEI) da Braskem ouviu, no início da tarde desta terça-feira, 7, representantes do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos e Químicos de Alagoas (Sindpetro) sobre as causas dos acidentes ocorridos na Braskem que vitimaram moradores de diversos bairros de Maceió e cinco funcionários.

A CEI é presidida pelo vereador Marcelo Malta (PCdoB) e composta pelos vereadores Eduardo Canuto (PV), Ricardo Barbosa (PSOL), Carlos Ronalsa (PP) e Davi Davino (PP). Segundo Malta, está sendo aguardada a chegada do laudo oficial da Braskem sobre as causas da explosão. Tão logo a comissão tenha acesso, os responsáveis pela indústria serão convocados para uma nova rodada de depoimentos.

O diretor de Imprensa do Sindipetro, Antônio Freitas, revelou que teve acesso ao laudo preliminar da Braskem e que está em consonância com o resultado da investigação realizada pelo sindicato. “Pela primeira vez o resultado não conflitou com o laudo preliminar do Sindicato. No sábado após o acidente eu realizei um levantamento prévio e as características indicavam que o acidente tinha sido causado pela alta concentração de tricloramina (tricloreto de nitrogêneo)”, disse.

Ele explica que explosões como as que ocorreram só podem ser causadas em duas situações: reação à mistura de hidrogênio e cloro, e a tricloramina, cujo efeito é mais violento que o primeiro. O Laudo da indústria está mais completo que o elaborado pelo Sindicato, mas ambos indicam que não houve falha humana, mas falha no processo. Em outras palavras, Freitas afirma que foi uma reação espontânea do produto, que é extremamente volátil, submetido à alta temperatura.

O Sindpetro, juntamente com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Superintendência do Trabalho e Emprego irão acompanhar os técnicos da Braskem em uma nova vistoria na indústria, que está marcada para esta quarta-feira, 8. Na oportunidade, serão apresentadas as ações que estão sendo implantadas e os efeitos do processo, a exemplo de equipamentos eletrônicos que garantirão mais segurança aos funcionários e população.

“Os equipamentos eletrônicos servirão para monitorar a temperatura e pressão em casa processo. Caso se observe uma elevação de pressão ou temperatura o equipamento trava e paralisa o processo automaticamente. É uma forma de evitar uma explosão”, disse Freitas.

Críticas

O sindicalista afirma que a Braskem deveria ter isolado toda a área quando foi alertada sobre a concentração de tricloramina, até que esta hipótese fosse descartada, uma vez que sendo este o motivo da explosão, a área estaria vulnerável a outro acidente” criticou Freitas.

Ele também sugeriu que há necessidade da contração de mais funcionários no quadro, assim como a qualificação e preparo para medidas preventivas. “Em mil novecentos e noventa e seis a Salgema contava com um efetivo de mil e trezentos funcionários, hoje, nas três unidades: Pontal, Bebedouro e Marechal Deodoro, soma-se cerca de apenas quinhentos. Todo o restante é mão de obra terceirizada, que não recebe treinamento suficiente para atuar de forma segura na empresa. A Braskem tem priorizado o lucro em detrimento da vida”, voltou a criticar.

Fonte: Com Ascom/Câmara

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