Na sessão ordinária desta terça-feira, 1, o deputado Jeferson Morais (DEM) solicitou à Mesa Diretora o ‘desengavetamento’ de um projeto de sua autoria, proibindo a fabricação, o comércio e o uso do amianto no Estado. Segundo o parlamentar, o projeto foi apresentado em 2009 e ainda se encontra parado na 7ª Comissão de Administração, Segurança e Defesa do Consumidor.
“Dados estatísticos comprovam a gravidade do uso do amianto, que é altamente cancerígeno, e parece que a Braskem faz uso do amianto nos filtros de sua unidade, sem a população saber disso. Como a Braskem explica o uso do amianto, que pode estar atingindo à população?”, indagou o parlamentar, afirmando que, caso o projeto seja aprovado, a indústria terá de promover mudanças em seus filtros.
O deputado voltou a falar dos acidentes ocorridos nos dias 21 e 23 de maio na indústria, criticando o fato da Braskem ter realizado treinamentos de emergência apenas com os moradores do Pontal da Barra. “Na noite do vazamento, os ventos levaram o cloro para o Trapiche, onde os moradores não sabiam o que fazer. Foi o caos que revelou a inoperância da Braskem”.
Em aparte, o deputado Isnaldo Bulhões lembrou que o vereador Ricardo Barbosa (PSOL) apresentou um projeto semelhante na Câmara Municipal no ano passado. O projeto, que prevê o banimento do amianto de Maceió, recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na semana passada.
Bulhões criticou a demora da ALE na tramitação do projeto, que teria a relatoria do deputado Sérgio Toledo, e pediu à Mesa que a matéria fosse submetida a votação em plenário.
Sérgio Toledo, que não mais integra a 7ª Comissão, afirmou que, caso o projeto estivesse em seu gabinete, até amanhã o entregaria à comissão.
Atraso
Também em aparte, o deputado Dudu Hollanda (PMN) informou que propôs ao presidente da Casa que os diretores da Braskem e representantes do sindicato da categoria prestassem esclarecimentos na ALE. “Falei também com o presidente da 8ª Comissão de Fiscalização e Controle, deputado Luiz Dantas (PMDB) requerendo a presença dos diretores para que eles prestem esclarecimentos nesta Casa”.
Hollanda disse que, durante os 15 anos em que exerceu mandato como vereador, viu diversos acidentes na antiga Salgema. “Maceió está atrasado 40 anos naquela região. Toda bodega que abre ali, fecha. Nada ali tem valor comercial. Aquela bomba atômica só prejudica o desenvolvimento da capital”, disse, voltando a pedir a transferência da indústria para o Polo Cloroquímico, em São Miguel dos Campos.
O pronunciamento de Morais em relação ao banimento do amianto teve também o apoio do deputado Judson Cabral (PT). O petista contou que hoje, os membros da Comissão de Meio Ambiente da ALE, da qual faz parte, visitaram a Braskem. “As causas dos acidentes nos foram apresentadas, mas o relatório deve ter avaliação dos órgãos de meio ambiente”, frisou.
