Argentina joga mal e fica no zero com Colômbia. Torcida pede Maradona

ReutersCabisbaixo, Lionel Messi parece não acreditar em outro tropeço da seleção argentina

Cabisbaixo, Lionel Messi parece não acreditar em outro tropeço da seleção argentina

Sem imaginação, burocrática e com seu astro Lionel Messi apagado, a Argentina voltou a decepcionar na Copa América. Em Santa Fé, no Brigadeiro Estanislao López, estádio conhecido como o "Cemitério dos Elefantes", os hermanos não passaram de um magro 0 a 0 diante da Colômbia, pela segunda rodada do Grupo A, nesta quarta-feira.

A má exibição e o resultado decepcionante fizeram com que a torcida chegasse a ensaiar vaias e gritar “Diego! Diego!”, pedindo o retorno do eterno ídolo Maradona ao comando da seleção albiceleste – seu sucessor, Sergio Batista, foi muito cobrado pelo empate. Melhor em campo, a seleção de Falcao García, Armero e Guarín desperdiçou ótimas oportunidades e ajudou o goleiro Sergio Romero a ser eleito o craque do jogo, em votação dos torcedores no site oficial da Copa América. Ainda houve um pênalti claro não marcado a favor da Colômbia pelo árbitro brasileiro Salvio Spínola.

A situação na chave não é das mais simples. Com dois pontos, a Argentina corre risco de não se classificar mesmo se derrotar a Costa Rica na próxima segunda-feira, em Córdoba. O primeiro lugar está ameaçado, já que os colombianos chegaram aos quatro pontos e estão virtualmente na próxima fase. A Bolívia, que soma um, joga nesta quinta-feira contra os costarriquenhos, em San Salvador de Jujuy, às 19h15m (de Brasília).

Argentina: muito toque, pouca objetividade

Com apenas uma mudança em relação ao time que decepcionou na estreia diante da Bolívia, a Argentina começou a partida tentando impor seu ritmo à la Barcelona, estilo admirado pelo técnico Sergio Batista: muitos toques e posse de bola.

Os colombianos, mais tranquilos em campo por conta do triunfo na primeira rodada diante da Costa Rica, se fechavam atrás – apenas a estrela Falcao García atuava na frente – e exploravam os contra-ataques com Ramos e Moreno. Além disso, marcavam forte no meio de campo. Às vezes, com excessos, caso do volante Aguilar, que recebeu o amarelo do árbitro brasileiro Salvio Espínola logo aos sete minutos, após dura entrada em Tevez.

Apesar do controle da bola – na realidade, mais troca passes na intermediária do que no ataque –, a Argentina só chegou com perigo aos 17. De maneira despretensiosa. Cambiasso foi tentar cruzar e, sem querer, quase encobriu o goleiro Martinez, que se esticou todo para espalmar e ceder o escanteio.

Colômbia perde gols incríveis. Salvio ignora pênalti

A resposta colombiana foi rápida e quase fatal. Em contragolpe, Moreno cruzou à meia altura para Ramos que, sozinho na pequena área, conseguiu a proeza de mandar por cima da meta de Sergio Romero.

Aos 25, a zaga argentina falhou, Ramos entrou cara a cara com Romero e, ao tentar driblar Romero, foi derrubado por Burdisso. Pênalti claríssimo e que justificaria a expulsão do defensor argentino. Salvio preferiu dar vantagem, já que a bola sobrou à feição para Moreno só empurrar para o gol vazio. No entanto, o atleta do Once Caldas mandou para fora em lance digno de Inacreditável Futebol Clube (veja acima).

Messi apagado e vaias

Os dois lances assustaram os hermanos, que, nervosos, passaram a errar mais passes. Lionel Messi, mesmo sem marcação individual, pouco produzia. Nas arquibancadas, torcedores que apoiaram a Albiceleste intensamente no início da partida só voltaram a se manifestar depois de Lavezzi, aos 33, chutar para boa defesa de Martínez. Em boa jogada do craque do Barça, diga-se.

A empolgação durou pouco. Mal-arrumada, a Argentina sequer conseguia manter a posse de bola. Falcao e Ramos, aos 41 e 43, com tiros perigosos de fora da área, obrigaram Romero a fazer duas grandes intervenções. Com a exibição abaixo da média, os donos da casa foram para o intervalo debaixo de algumas vaias. E com Messi sentindo o tornozelo. Nada grave.

Carlitos Tevez foi outro que deixou a desejar: faltou inspiração ao setor ofensivo argentino (Foto: Reuters)Colômbia manda, e Armero quase marca

Ao contrário do esperado, Batista não fez trocas para a segunda etapa. E a postura dos donos da casa tampouco mudou. Passes para o lado e pouca profundidade. A Colômbia, bem postada em campo, tinha as rédeas do duelo.

Nas arquibancadas, o silêncio mostrava a insatisfação com a falta de ambição dos donos da casa. Postura essa que não mudou quando, aos 16, Agüero e Gago entraram nas vagas de Lavezzi e Cambiasso, respectivamente. O volante do Inter de Milão, que completava 50 jogos com a camisa albiceleste, saiu sob alguns pitos da torcida.

Sergio Batista virou alvo da ira da torcida, que pediu
pelo retorno de Diego Maradona (Foto: Reuters)Três minutos depois, Falcao, soberano no meio da claudicante defesa argentina, puxou belo contra-ataque e passou para Moreno, que tocou para o ex-palmeirense Armero. O lateral arrematou cruzado para ótima intervenção de Romero. Logo em seguida, o arqueiro do AZ Alkmaar, da Holanda, voltou a salvar a pátria argentina, espalmando um chute à queima roupa de Falcao.

Quatro atacantes, nenhum gol
Sem ter visto seu time arrematar decentemente uma vez sequer até então no segundo tempo, Batista sacou aos 27 o volante Banega e colocou Higuaín, deixando a Argentina com quatro atacantes e nenhum meia de ofício – Javier Pastore, jovem do Palermo e que interessa a gigantes europeus, estava no banco de reservas.

Ainda assim, foi do centroavante do Real Madrid, finalmente, o primeiro chute da Argentina na etapa final aos 31. Martinez, bem colocado, colocou para escanteio.

O lance, porém, não despertou os hermanos. Faltava inspiração. Prova disso foi uma cobrança de falta de Messi na arquibancada. Do alto do estádio, a insatisfação com o técnico Sergio Batista chegou ao máximo quando a torcida pediu o retorno de Maradona ao gritos de “Diego, Diego”. A Colômbia, satisfeita com o resultado, cozinhou a partida e assegurou o empate que, no fim das contas, saiu até barato para a Argentina.

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