PF também vai investigar queda do avião da Noar

A Polícia Federal (PF) também vai investigar o acidente com o bimotor da Noar, que deixou 16 pessoas mortas na última quarta-feira, ao cair em um terreno próximo à praia de Boa Viagem, no Recife. De acordo com o assessor de comunicação da PF, Giovanni Santoro, o inquérito foi instaurado na sexta-feira passada por uma determinação do Ministério Público Federal (MPF). As informações são do site pe360graus.

O delegado Renato Cintra, que é chefe da Delegacia de Defesa Institucional, irá presidir as investigações. Ainda segundo Santoro, a investigação da Polícia Federal vai correr em paralelo ao trabalho da Polícia Civil, que é chefiado pelo delegado Guilherme Mesquita. Por enquanto, a PF ainda não tem linha de investigação definida e não tem prazo para a conclusão.

Santoro explicou, também, que o delegado já solicitou cópias de relatórios feito por órgãos que fizeram a perícia do acidente, como o Cenipa, além de outros documentos que também foram pedidos pela Polícia Civil.

– São investigações paralelas e distintas e o delegado já começou a despachar nos autos do inquérito policial para diversos órgãos solicitando informações. Quando essas informações chegarem à autoridade policial, ele vai traçar uma linha de investigação e vai determinar o que vai fazer doravante – afirma o assessor de comunicação.

A Polícia Civil deve tomar os depoimentos na Delegacia de Boa Viagem. Além dos funcionários da Noar Linhas Aéreas, pessoas que já fizeram parte da companhia e testemunhas do acidente serão ouvidas.

O delegado encarregado da investigação, Guilherme Mesquita, passou quatro horas reunido com especialistas em aviação na noite desta segunda-feira. Mesquita também busca informações sobre as condições meteorológicas, o diálogo do piloto com a torre de controle, as condições físicas e emocionais do piloto e sobre a capacitação dos técnicos da manutenção que faziam o serviço no motor do avião.

O delegado informou ainda que já recebeu do Ministério Público Federal (MPF) uma solicitação de cópia da instauração do inquérito policial. Na tarde desta terça-feira, a polícia deve fornecer à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) uma cópia protocolada do caderno que chegou à TV Globo de forma anônima.

Entregue à polícia pela Rede Globo nesta segunda-feira, o caderno com 75 registros de ocorrências – a maioria ligada a problemas mecânicos – em aeronave da Noar Linhas Aéreas vai ser avaliado por peritos. O caderno traz informações registradas pela tripulação durante os voos do único avião que, depois do acidente da semana passada, restou à companhia aérea.

– Ele pode ser objetivo de prova como qualquer documento, escrito, manuscrito, como qualquer outro objeto que sirva para compor a característica do fato. Então ele vai de alguma forma demonstrar como se dava a manutenção ou não se dava a manutenção da aeronave que caiu – afirma o diretor de Operações da Polícia Civil, Oswaldo Morais.

– Ele (o caderno) é um indício, não é prova, até porque não é o caderno da aeronave que caiu, era de outra aeronave. E aquilo é um indício de como a coisa acontecia – conclui.

Em um dos trechos, um comandante diz que, no dia 10 de novembro do ano passado, os fones de ambos os pilotos estavam com o som entrecortado, o que torna impossível a comunicação entre os tripulantes. No mesmo dia, o comandante destaca que uma pane já informada persiste sem solução. Ele relata que o torque, que é a potência do motor, não atingiu 60% na decolagem.

Alguns registros são do comandante Rivaldo Cardoso, que pilotava o avião que caiu na semana passada. Em uma das anotações, ele pede que a aeronave fique indisponível enquanto os problemas de aumento de temperatura e de potência não são verificados.

A Noar Linhas Aéreas informou, por meio da assessoria de comunicação, que já apresentou aos representantes da Anac todos os documentos solicitados por eles, inclusive os diários de bordo. A companhia aérea informou, ainda, que, nos últimos dois dias, os advogados da empresa se dedicaram a preparar a defesa que será entregue por escrito às autoridades da aviação civil.

Fonte: O Globo

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