Juiz que prendeu Cavalcante diz que ‘amigos’ possuíam carteira funcional

TJ/ALJuiz Jerônimo Roberto

Juiz Jerônimo Roberto

O juiz Jerônimo Roberto Fernandes dos Santos relembrou em entrevista ao jornalista Plínio Lins, nesta terça-feira, dia 30, os fatos que resultaram na prisão do então líder da ‘Gangue Fardada’, ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, libertado nesta terça-feira, após receber o benefício de progressão de pena.

Jerônimo Roberto, que vive escoltado 24 horas por dia desde que determinou a prisão do ex-militar, assim como dos demais integrantes do grupo de extermínio, disse que recebeu inúmeras ameaças pessoais, à família e à esposa na época da prisão.

O magistrado destacou a ineficiência do chefe do Executivo, à época, para combater a atuação da gangue no Estado e destacou o ‘poder’ do grupo, apontado como responsável por vários assassinatos, entre outros crimes. "Esse rapaz só existiu porque várias e várias autoridades permitiram."

Jerônimo Roberto lembrou que no auge da atuação da Gangue Fardada as pessoas ligadas ao ex-tenente-coronel possuíam um ‘documento’, semelhante à carteira de identidade, informando que o elemento que a portasse era ‘amigo’ da Cavalcante. O documento, segundo magistrado, demonstrava o ‘staus’ e a força do ex-militar em vários segmentos da sociedade.

Questionado quanto à concessão de liberdade ao ex-militar, Jerônimo Roberto avaliou que tudo transcorreu dentro do que prevê a lei, afirmou ainda não temer por sua vida após a sua libertação, mas defendeu a fiscalização rigorosa quanto às atividades do ex-militar.

Além de Jerônimo Roberto, foram responsáveis pela prisão e desmembramento da Gangue Fardada, em 1998, os juízes Hélder Loureiro, Marcelo Tadeu, Geraldo Amorim. A organização criminosa atuou por mais de uma década em Alagoas.

Fonte: Conversa de Botequim

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