Silvio Berlusconi deixa o cargo de primeiro-ministro da Itália

Filippo Monteforte / AFP PhotoSilvio Berlusconi ao deixar sua residência rumo ao Palácio de Quirinal para apresentar sua renúncia.

Silvio Berlusconi ao deixar sua residência rumo ao Palácio de Quirinal para apresentar sua renúncia.

O primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi abandonou o cargo neste sábado (12) às 18h47 pelo horário de Brasília, após entregar a carta de renúncia ao presidente Giorgio Napolitano. A confirmação foi anunciada pela equipe do palácio presidencial do Quirinal.

O Parlamento italiano havia aprovado o pacote econômico de medidas de austeridade que abriu caminho para a saída do político italiano do governo e para a formação de um governo de emergência.

Berlusconi disse no início da semana confirmou que deixaria o cargo de premiê após ficar claro que não possuía mais o apoio da maioria. Em reunião hoje no Gabinete, reunido com os outros ministros do país, o premiê confirmou a decisão.

O político afirmou que ficou "sentido" por conta das vaias recebidas após a votação no Parlamento neste sábado. "Foi algo que me doeu profundamente", disse ele junto a dirigentes do partido de centro-direita Povo da Liberdade.

Mario Monti, ex-comissário europeu, é indicado como favorito para substituir o polêmico primeiro-ministro, que vinha enfrentando oposição de parte da população nos últimos meses.

A renúncia promete encerrar uma das eras mais escandalosas da história italiana pós-Segunda Guerra (conheça aqui a trajetória de Silvio Berlusconi).

Com a lei aprovada pelo Parlamento, com medidas duras para economizar 59,8 bilhões de euros, o orçamento do país deverá ser equilibrado até 2014. O pacote busca reverter uma queda na confiança do mercado financeiro, algo que ameaçou causar uma crise ainda maior em toda a zona do euro.

Entre as medidas estão o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), de 20% para 21%; o congelamento dos salários de servidores até 2014; a alta da idade mínima de aposentadoria para as trabalhadoras do setor privado, de 60 anos em 2014 para 65 em 2026; aperto nas medidas contra a evasão fiscal; e um imposto especial para o setor de energia.

Já esperava-se que o pacote fosse aprovado com facilidade, pois as medidas, que passaram pelo Senado com sucesso na véspera, não sofreram emendas na comissão de orçamento na própria Câmara dos Deputados.

A saída de Berlusconi pode causar uma série de reações durante o fim de semana. Elas devem se encerrar na noite de domingo (13) ou na segunda (14) pela manhã, com a formação de um novo governo.

Monti, que atualmente chefia a prestigiada Universidade Bocconi, em Milão, deve comandar um governo altamente tecnocrático para aprovar reformas em uma tentativa de evitar uma crise ainda mais perigosa.

Fonte: G1

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