A demissão do técnico Caio Júnior deixou o Botafogo sendo dirigido interinamente pelo preparador de goleiro Flávio Tênius, que vai ficar no banco de reservas nos três últimos jogos do Campeonato Brasileiro. Isso se deve ao fato da recusa do técnico Jorginho, que foi um dos responsáveis pelo título da Série B do Campeonato Brasileiro conquistado pela Portuguesa.
O treinador foi procurado pelo presidente Maurício Assumpção para assumir a equipe neste momento. Além disso, o dirigente propôs um contrato até 2012 para o comandante da Lusa, que acabou não sendo aceito. Entretanto, os assessores de Jorginho afirmaram que nunca houve contato entre o clube e o técnico.
Sem o acordo com o treinador, o Botafogo não viu no mercado nenhuma outra opção para assumir a equipe neste momento. Renato Gaúcho chegou a ser oferecido, mas foi recusado de imediato. Isso porque é extremamente mal visto pela torcida, por conta da final do Campeonato Brasileiro de 1992, quando era jogador do Alvinegro e foi flagrado no churrasco de comemoração do Flamengo após o triunfo rubro-negro por 3 a 0 no primeiro jogo da decisão. Naquela ocasião, ele sequer ficou para a segunda partida, sendo dispensado pelo então presidente Emil Pinheiro.
Com muitas opções no mercado, a diretoria do Botafogo não quer tomar nenhuma decisão precipitada e afirmou que agirá com calma para escolher o novo comandante da equipe carioca.
"Aqui no Botafogo, quando o assunto é treinador, primeiro se traça o perfil e depois se vai em busca dos nomes. Não podemos ficar falando em A ou B neste momento. Mas, independentemente de não chegar ninguém neste momento, confiamos na classificação para a Copa Libertadores", disse Anderson Barros, gerente de futebol do Alvinegro.
Para 2012 o nome dos sonhos do Botafogo é o de Paulo Autuori, que no momento está dirigindo a seleção pré-olímpica do Catar. O que pode atrapalhar é que o contrato com o país asiático se encerra apenas em março e o Glorioso teria que buscar a liberação sem pagar a multa rescisória, que não foi revelada, mas que deve conter valores fora da realidade do mercado brasileiro.
Outro nome ventilado nos corredores de General Severiano é o de Jorginho, que vem fazendo grande campanha à frente do Figueirense. Como o time catarinense empatou sem gols com o Flamengo, no Rio de Janeiro, na noite de quinta-feira, surgiram notícias de que o treinador foi procurado pelos dirigentes botafoguenses. Entretanto, o técnico negou essa informação.
"O Caio Júnior foi demitido recentemente e não houve nenhum contato por parte do Botafogo. Tenho contrato com o Figueirense até 31 de dezembro e vou cumprir minha palavra com o clube. Depois do Campeonato Brasileiro pensarei no futuro, mas meu foco nesse momento são os três jogos que faltam e a luta por uma vaga na Copa Libertadores", disse Jorginho.
Dentre os demais nomes especulados, Cuca, pedido pela torcida em redes sociais, foi descartado, pois tem péssimo relacionamento com Anderson Barros, com quem discutiu nos tempos de Flamengo. Adilson Batista também não agrada aos dirigentes por conta da série de insucessos que colecionou nos últimos meses. Ney Franco conta com a simpatia de todos no clube, mas dificilmente aceitaria deixar as categorias de base da Seleção Brasileira. Marcelo Oliveira, que era visto com bons olhos antes mesmo da demissão de Caio Júnior, renovou contrato com o Coritiba e também é carta fora do baralho.
Com Flávio Tênius à frente do elenco, o Botafogo volta a campo neste domingo, às 17 horas (de Brasília), para medir forças com o Internacional no Engenhão. Ganhar é fundamental para o Alvinegro, que estacionou nos 55 pontos e foi ultrapassado pelo Flamengo, deixando a zona de classificação para a Copa Libertadores.
Para este compromisso, o lateral direito Lucas, com dores na coxa direita, e o meia Maicosuel, com um inchaço no tornozelo direito, são dúvidas, mas deverão ir a campo. Neste sábado, o elenco participa de um trabalho recreativo e depois começa o período de concentração para a partida.
