O Ministério Público Estadual ingressou nesta terça-feira (27) com a quarta ação civil pública por atos de improbidade administrativa contra deputados estaduais afastados devido ao indiciamento na Operação Taturana. A aquisição de uma caminhonete L 200 zero km com recursos da Assembleia Legislativa, para uso particular do deputado João Beltrão, motivou a nova ação, subscrita pelos promotores de Justiça do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e da Fazenda Pública Estadual.
Todos os envolvidos estão citados na ação proposta na 16ª Vara da Fazenda Estadual. O MPE pede como medida cautelar o afastamento imediato do exercício parlamentar dos envolvidos.
Estão na lista os deputados João Beltrão, Cícero Ferro, Arthur Lira; o ex-deputado Celso Luiz, o ex-diretor financeiro da ALE e atual prefeito de Roteiro, Fábio Jatobá, e a estudante Jully Beltrão, filha do deputado – e que teve o nome usado para adquirir a caminhonete. Além do afastamento e da condenação dos acusados, o MPE pede a perda dos mandatos eletivos e de toda e qualquer função ou cargo público exercido pelos réus; o ressarcimento integral dos danos causados ao erário, a suspensão dos direitos políticos e, entre outras coisas, o pagamento de multa civil.
Segundo os promotores, há provas inequívocas da realização de um empenho irregular autorizado pelo então diretor financeiro da ALE, Fábio Jatobá, com a conivência da Mesa Diretora, presidida na época pelo deputado Celso Luiz e integrada pelos Cícero Ferro e Arthur Lira. Foram eles que autorizaram a liberação irregular de recursos públicos para aquisição da caminhonete L200 comprada na empresa Nagoya Veículos.
A nova ação é proposta um dia depois do encontro do procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, com o superintendente interino da Polícia Federal em Alagoas, delegado Nilton Ribeiro. A conversa foi acompanhada pelos promotores de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, Edelzito Andrade e Cecília Carnaúba e pelo delegado Janderlyer Gomes – responsável direto pela Operação Taturana. Na pauta do encontro, a manutenção das parcerias entre o MPE e a PF que culminaram com o desmantelamento de quadrilhas e de golpes que lesavam a sociedade alagoana.
