Nicholas Passos, presidente da Associação Alagoana de Peritos em Criminalística
O laudo sobre as mortes de cinco detentos ocorridas no mês de janeiro deste ano nos presídios Baldomero Cavalcanti e Cyridião Durval não serão concluídos nesta sexta-feira, dia 6, como previam os peritos criminais de Alagoas que investigam o caso. Na manhã desta quinta-feira, 5, cinco peritos não puderam realizar experimentos no Baldomero por não haver comunicado oficialmente ao juiz da Vara de Execução Penal, Ricardo Lima.
De acordo com o perito criminal Nicholas Passos, o trabalho que deverá ser realizado é de experimentos na cela onde um reeducando foi encontrado morto. “Serão simulados os casos para saber em quais circunstâncias os vestígios foram produzidos. Vamos colocar à prova algumas hipóteses para atestar o que está sendo concluído nos laudos”, explicou.
Passos explicou ainda que o impedimento no procedimento aconteceu porque o juiz da Vara de Execução Penal, Ricardo Lima, não foi comunicado oficialmente pelo Instituto de Criminalística sobre o trabalho que seria realizado. O perito disse ainda que havia informado ao diretor do presídio, capitão Orsi, e que ao chegar na unidade prisional o local estava pronto para ser periciado. “O capitão Orsi havia retirado todos os presos do módulo seguro do III, mas tivemos esse impedimento por parte da Justiça”, disse.
Com a não realização da perícia no local, o laudo que deveria ser entregue amanhã aos peritos criminais enviados pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal deverá atrasar. Nicholas informou que vai solicitar da diretora do Instituto de Criminalística a oficialização da visita dos peritos à Justiça. “Nós teríamos que entregar a conclusão dos laudos amanhã aos peritos para que um relatório seja realizado por eles e encaminhado para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Lamentamos o atraso, mas amanhã nos reuniremos com os peritos nacionais e decidiremos se os experimentos serão feitos junto com eles”, lamentou o perito.
