Folha Online
Um homem de 93 anos morreu no dia 10 deste mês após receber uma transfusão de sangue de um tipo incompatível com o seu em Fortaleza (CE). O serviço médico responsável detectou erro humano no procedimento.
Joaquim Barbosa da Silva estava internado desde o dia 2 de fevereiro no hospital geral de Fortaleza por problemas circulatórios e precisou fazer uma amputação da perna esquerda.
Como teve anemia, o hospital indicou que ele fizesse a transfusão. O procedimento é de responsabilidade do Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia), órgão da administração direta da Secretaria de Saúde do Ceará.
A transfusão ocorreu por volta das 16h, e o paciente morreu às 23h30, segundo o hospital.
O Hemoce informou ter havido erro humano. Uma funcionária do hemocentro trocou as amostras de sangue do paciente e deu-lhe sangue B+ em vez do O+.
Segundo o Hemoce, a funcionária só detectou o problema após o homem receber 30 ml de sangue –de um total de 450 ml contidos na bolsa.
Imediatamente ele foi levado a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital para tentar contornar uma futura hemólise –reação desencadeada no organismo quando recebe sangue errado– mas não resistiu e morreu.
Apesar do engano, Hemoce informou que ainda não é possível confirmar o que provocou a morte dele. Um laudo será emitido daqui a 30 dias pelo Serviço de Verificação de Óbito para esclarecer a causa da morte.
Sindicância
A funcionária envolvida no caso foi afastada e uma sindicância interna foi aberta.
O hemocentro informou que esse foi o primeiro caso de erro em seus 25 anos de funcionamento.
Ainda segundo o Hemoce, haverá um novo treinamento da equipe para redobrar a atenção dos procedimentos corretos de transfusão sanguínea.