Levantamento aponta ‘sobra’ de R$ 91 milhões em recursos para Saúde em Alagoas

Danielle Silva/Alagoas24HorasSindicalistas denunciam 'sobra' de recursos

Sindicalistas denunciam ‘sobra’ de recursos

Em entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira, 17, pelos presidentes do Sindicato dos Hospitais e Sindicatos dos Médicos de Alagoas, foram apresentados à imprensa dados sobre o montante de recursos federais recebidos pelo Estado, os gastos com assistência hospitalar e ambulatorial, e estatística de cirurgias realizadas em Alagoas. A ideia era mostrar a contradição entre o discurso do Governo sobre falta de recursos e a porcentagem de dinheiro que tem sobrado de verbas federais.

Segundo o presidente do Sindicato dos Hospitais, Humberto Gomes, foi feito um levantamento dos recursos destinados à alta e média complexidade hospitalar e ambulatorial dos últimos anos e os números recentes chamam atenção. Em 2008 foram destinados R$369,900 milhões, um total de R$11,900 milhões de reajuste comparado ao ano anterior. Deste montante, sobraram R$91 milhões, sendo R$52 da Secretaria de Estado da Saúde e 25 milhões da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, sem contabilizar os percentuais repassados por estas secretarias, que representam respectivamente 12% e 15%.

“Os recursos devem ter sido gastos com outras ações de saúde. O que sabemos é que há recursos suficientes para com boa vontade resolver o problema da saúde pública em Alagoas”, alertou Gomes, acrescentando que em 2009 haverá novo incremento de R$ 11 milhões, o que significa que deverá ‘sobrar’ ainda mais dinheiro. “Seis milhões são suficientes para cobrir os 100% de reajuste da tabela SUS que estamos pleiteando há tanto tempo. O Estado tem dinheiro, basta ter vontade”, reiterou Welington Galvão, presidente do Sinmed.

Internações

Alagoas também não está seguindo os parâmetros do Ministério da Saúde no que diz respeito aos internamentos. Em 2008 apenas 5,81% da população que depende do SUS conseguiu internamento. Isso significa que cerca de 5.700 pessoas deixaram de contar com o serviço e continuam aguardando em filas.

Já os hospitais da rede privada realizaram 75,8% de internações. Destes, 53% foram realizadas pela rede conveniada: Santa Casa, Sanatório e Hospital do Açúcar. “Isso não significa que as pessoas que dependem do SUS precisam menos, quer dizer que estão sofrendo à espera de atendimento”, disse Humberto Gomes.

Cirurgias

Os dados baseados nos sites do Fundo Nacional de Saúde, DATASUS e Sesau revelam que 93% dos alagoanos dependem do SUS para fazer cirurgias eletivas e que 90% têm sido realizadas pela rede conveniada. A quebra de braços entre os médicos, hospitais e o Governo do Estado, deve agravar ainda mais a situação de quem depende de uma cirurgia para sobreviver.

Segundo Wellington Galvão, cerca de 400 profissionais deverão se descredenciar. “Até a próxima sexta-feira, 20, pelo menos 50 anestesiologistas que operam pelo SUS deverão se descredenciar. Até o momento, 41 profissionais já assinaram a lista. E na semana que vem, haverá o descredenciamento dos cirurgiões. Apenas as cirurgias com risco de morte serão mantidas”, informou Galvão.

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