Prato principal mais barato

Queda de preços de arroz, feijão, carne e tomate barateia a mesa dos brasileiros, segundo dados do IBGE. IPCA, índice oficial de inflação, registrou a menor taxa para o mês de março desde a criação do Plano Real

Rio – A redução de preços de alimentos tradicionais nas mesas brasileiras contribuiu para a queda da inflação oficial em março. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que, apesar da leve alta no grupo Alimentação (0,27% para 0,30%), ficaram mais baratos itens básicos, como feijão carioca (-12,92%), arroz (-3,87%), carne (-4,70%) e tomate (-18,90%).

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 0,20%, contra 0,55% em fevereiro. A variação no mês passado é a menor para março desde 1994, ano de lançamento do real, e a mais baixa desde setembro de 2007 (0,18%).

SERVIÇOS EM ALTA

“Os alimentos tiveram boa influência sobre a inflação mais baixa no 1º trimestre. Têm peso grande no IPCA e são muito importantes no orçamento das famílias”, afirmou a coordenadora de índice de preços do IBGE, Eulina dos Santos.

Apesar do recuo de preços dos alimentos, é possível observar avanço de itens desse segmento no grupo Serviços, o que inclui refeições fora de casa, como o De Olho no Seu Bolso, mostrou domingo. As principais elevações do IPCA no 1º trimestre foram cenoura (50,71%), açúcar cristal (32,12%), polpa de açaí (31,53%), batata inglesa (25,45%) e hortaliças (22,18%). A estabilidade da gasolina (0,04%), a queda de 4,58% dos carros novos e de 4,91% dos usados no período também levaram à queda da inflação.

Segundo Eulina, a desaceleração no IPCA de fevereiro para março ocorreu graças ao fim da pressão de alta do grupo Educação — responsável por mais da metade do custo em fevereiro. Em março, os preços caíram 0,37%, ante a alta de 4,77% em fevereiro, por causa dos reajustes nas mensalidades e materiais escolares.

Outro grupo que teve queda foi o de Transportes. Tarifas de ônibus urbanos recuaram de 1,03% para 0,11%. As de ônibus intermunicipais, de 1,61% para 0,21%. Baixaram ainda preços dos serviços médicos e dentários (1,46% para 0,38%) e de serviços de hospitais e laboratórios (0,84% para 0,30%). Dona de casa, Adriana Barros, 35 anos, festejou queda nos preços de carne, arroz e feijão: “Lá em casa não pode faltar”.

Indicador dos aluguéis está abaixo de 5%

Com queda recorde nos preços atacadistas, a primeira prévia do Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M) de abril registrou o menor nível em três anos e meio: deflação de 0,53%. A prévia de março também já havia apontado recuo (0,45%).

O desempenho derrubou para 4,99% o acumulado em 12 meses do índice, usado no reajuste de aluguéis. Coordenador da Fundação Getulio Vargas, Salomão Quadros estima que o IGP-M fechará abril com a segunda deflação seguida no ano.

O DIA/RJ

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