MPT impõe prazo à Semed para nomeações

Mesmo tendo candidatos aprovados em concurso público, aguardando nomeação, o Município de Maceió insiste em manter seu quadro de pessoal com profissionais contratados ilegalmente por meio da Oscip Tocqueville. Por isso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas concedeu prazo de 14 dias para que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) apresente um cronograma para nomear os candidatos aprovados para os cargos de professor, auxiliar de sala, bibliotecário e merendeira. Será na audiência do próximo dia 29, 16h30.

A decisão do procurador-chefe Rodrigo Alencar foi anunciada nesta quinta-feira (16), durante audiência que contou a presença do secretário de Educação do Município, Sérgio Luiz Vilela, e representantes do Conselho Municipal de Educação, do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal) e de concursados. Para Alencar, a Semed precisa demonstrar que, de fato, pretende sanar as irregularidades de contratação sem concurso público.

“A Secretaria de Educação e a administração municipal vêm perdendo cada vez mais a credibilidade perante a sociedade, perante os profissionais concursados e perante o Ministério Público do Trabalho. A situação é insustentável e, agindo dessa forma, o município dá a entender que não tem a intenção de solucionar o problema, protelando medidas efetivas que não podem mais aguardar”, afirmou Alencar.

O procurador também determinou ao Conselho Municipal de Educação que apure, o mais breve possível, a denúncia sobre a flagrante exclusão do direito à educação de criança com Síndrome de Down, aluna da Escola Pompeu Sarmento, localizada no Barro Duro. O aluno fica fora da sala de aula, enquanto a professora ministra aula para os demais da turma.

Irregularidades da Semed
O procurador pontuou casos de irregularidades que mostram a gravidade da situação da Semed, de acordo com o que vem sendo apurado nos autos do inquérito civil que tramita no MPT. O Município de Maceió possui 132 escolas e 57 bibliotecas e não tem nenhum profissional bibliotecário em seu quadro de pessoal, embora existam, do concurso de 2006, 30 candidatos aprovados.

Em 53 escolas municipais não há professores de Educação Física e os alunos estão sem aula da disciplina, que é obrigatória, segundo legislação específica. Quanto aos professores horistas, os representantes da Semed admitiram a existência de cem profissionais. Mas o Conselho Municipal de Educação informou que há comprovação de 400 na função.

Semed

A assessoria de comunicação da Semed informou que aluno com Down é atendido na unidade desde o ano passado, mesmo antes de ser matriculado oficialmente na rede. A medida foi adotada pela escola para evitar que ele ficasse sem assistência e pudesse ser excluído do processo de aprendizagem.

Este ano a direção conseguiu incluí-lo oficialmente na rede. A turma a qual foi matriculado tinha uma professora mãe de um filho com a mesma síndrome. O desenvolvimento do aluno tem surpreendido aos técnicos, principalmente, por conta de sua integração com o restante da turma.

A Escola Pompeu Sarmento é um polo de atendimento especial para alunos com surdez. Além disso, conta com estudantes portadores de deficiência mental. A confirmação do trabalho realizado foi feita pela coordenadora de 1º e 4º séries, Claudinete Lima.

“Nosso trabalho é de inclusão. Todos estes alunos são integrados às atividades normais, porém, com a dedicação e atenção especial que merecem. A prova disso é que participam de outras atividades em laboratórios”, enfatizou Claudinete.

Fonte: Simoneide Araújo/Ascom MPT

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