Comissão de Saúde realiza visita à Maternidade Santa Mônica

Estêvão dos Anjos/Alagoas24horasAlberto Sextafeira (PSB) nega que tenha havido golpe no PSB

Alberto Sextafeira (PSB) nega que tenha havido golpe no PSB

O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, deputado estadual Alberto Sextafeira (PSB), e o vice-presidente Judson Cabral (PT), e a integrante da Comissão de Saúde da Câmara, vereadora Fatima Santiago, estiveram – na manhã desta sexta-feira, dia 15 – na Maternidade Santa Mônica para conhecer a realidade da unidade hospitalar, que sofre por conta da superlotação e por problemas estruturais.

O objetivo da direção da Santa Mônica, ao receberem a Comissão de Saúde da ALE, é detalhar o funcionamento do hospital, apresentando números de atendimentos e os principais casos. De acordo com o obstetra José Carlos Silver, há problemas que são enfrentados, “mas a Maternidade Santa Mônica é também referência em muita coisa boa”.

“Queremos mostrar quem somos e o que fazemos, para que possamos discutir inclusive possíveis melhorias na maternidade. Esta visita faz parte de um programa que visa apresentar a Santa Mônica para toda a sociedade, deixando claro nosso papel. Temos aparecido na mídia de forma negativa, por conta dos problemas de superlotação, dentro outros, mas possuímos um bom trabalho. Estamos chamando os segmentos para que se conheça a realidade vivenciada no hospital”.

José Carlos coloca que a visita não acabará com os problemas, mas possibilitará encaminhamentos para soluções. “A grande dificuldade enfrentada pela maternidade é por conta da nossa estrutura física. A Santa Mônica não tem mais para onde crescer. A ajuda do parlamento e da sociedade é fundamental”, colocou.

Segundo a enfermeira coordenadora do Núcleo de Epidemiologia, Edvânia Maria Salvador, a maternidade enfrenta ainda além da superlotação, um número alto de pacientes que estão acima da média de permanência pós-parto, que é de três dias. De acordo com ela, os casos acontecem por conta da ausência da atenção básica durante o pré-natal. “Em grande parte dos casos, as mães chegam sem nada escrito no cartão pré-natal”, frisa. Em decorrência disto, são muitos os números de casos de sífilis congênita, o que acarreta numa internação mais demorada.

Por mês, a maternidade Santa Mônica chega a realizar mais de nove mil atendimentos, com 802 admissões. A taxa de ocupação é em média de 85%. A enfermeira cita ainda – para ilustrar os casos de ausência de atendimento básico – os casos de sífilis congênita. Em 2007 foram registrados 64. No ano passado, foram 40. “Temos dificuldades de acomodação por conta da estrutura não ter mais para onde crescer, logo falta leitos”, salientou a enfermeira.

Outro dado apresentado foram os registros de casos de mulheres grávidas com o HIV descoberto apenas na Santa Mônica. Foram 41 casos. O número é considerado alto pela direção do hospital. De acordo com Edvânia Salvador, a atenção básica evita o contágio do bebê. Nestes casos, a criança tem que ter um acompanhamento de mais de 40 dias.

Segundo a vereadora Fátima Santiago, a situação da Santa Mônica é difícil, mas não se resolve construindo uma nova maternidade. “Esta situação pode ser resolvida com a implantação efetiva de políticas de acompanhamento e de saúde preventiva, ou seja, a atenção básica. O principal problema que constatamos na maternidade é físico. É preciso que os municípios invistam mais para que não se concentre e canalize atendimentos só em Maceió. Se inaugurarmos uma nova maternidade hoje, no outro dia ela estará lotada”, salientou.

O presidente da Comissão de Saúde, Alberto Sextafeira, destacou que o papel da Assembleia Legislativa no Estado de Alagoas é cobrar – inclusive do secretário de Saúde, Hebert Motta – a aplicação de recursos e ajudar a encontrar soluções para os problemas enfrentados pela Saúde e – em especial – pela Santa Mônica. “Estamos aqui para conhecer esta realidade, tomar conhecimento do trabalho realizado, dos números que será apresentados e a partir daí discutirmos para encontrar as soluções para as reivindicações que venham a ser feitas”.

Sextafeira disse não poder falar especificamente da situação da Santa Mônica, por estar conhecendo a realidade da maternidade na ocasião da visita. Já o parlamentar Judson Cabral, frisou que é do interesse da Comissão de Saúde ter conhecimento pleno da realidade do sistema de saúde do Estado de Alagoas. “Precisamos mergulhar nesta questão e fiscalizarmos os recursos. A Santa Mônica é uma unidade de saúde vital para a população alagoana, já que a grande maioria não possui plano de saúde. É preciso que se cobre um bom serviço do Estado, que seja aparelhado e com aplicação eficiente dos recursos do Sistema Único de Saúde”, disse Cabral.

HGE

O deputado estadual Alberto Sextafeira falou ainda sobre a situação de superlotação e de possíveis falhas físicas no prédio do Hospital Geral do Estado. Sextafeira disse que a questão da superlotação foi discutida com o secretário de Saúde, Hebert Motta, em audiência na Assembleia Legislativa. “Naquele momento, o secretário falou das providências que vêm sendo tomadas, como maior integração das redes de hospitais, para desocupar leitos e priorizar os casos que tem que ser atendidos pelo HGE”.

Sextafeira destacou ainda que o problema foi colocado por Motta como “pontual”, em virtude da greve dos médicos, que tem ocasionado a superlotação do HGE. O parlamentar frisou que – quanto ao alagamento registrado pelo Sindicato dos Médicos, no prédio do Hospital Geral – a Comissão de Obras da Assembleia Legislativa deve se debruçar sobre o assunto e cobrar as devidas explicações. “O presidente da Comissão (deputado estadual Temóteo Correia (Democratas)) é quem melhor pode falar sobre isto”, finalizou.

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