Corpos resgatados estão sendo encaminhados para Fernando de Noronha
A Marinha e a Aeronáutica afirmaram na manhã desta terça-feira que foram encontrados mais quatro corpos de vítimas do acidente com o Airbus do vôo AF 447, da Air France. O número de corpos encontrados sobe, então, para 28.
Os quatro corpos foram recolhidos a noroeste do arquipélago de São Pedro e São Paulo, perto de onde foram resgatados, ontem, os demais cadáveres. A operação foi feita pela fragata Bosísio, embarcação que continuará na área de buscas.
A outra fragata da Marinha que atua nas buscas, a Constituição, se posicionou a 55 km a nordeste de Fernando de Noronha, às 6h15 desta manhã. De lá, os primeiros 16 corpos resgatados foram recolhidos por dois helicópteros, o Black Hawk e o Super Puma, cada um transportando oito corpos, e levados a Fernando de Noronha.
No arquipélago, os corpos passarão por uma pré-identificação, feita pela Polícia Federal e pela Polícia Civil pernambucana, e, em seguida, serão colocados em um avião C-130 Hércules. "A aeronave está preparada para transportar os corpos assim que eles forem pré-identificados. Eles serão levados até a base aérea (no Recife) onde serão entregues para o Instituto Médico Legal", disse o tenente-coronel da Aeronáutica Henry Munhoz.
Capacidade de transporte
A fragata Bosísio, que está em alto-mar, já conta com 12 corpos a bordo e ainda tem capacidade para armazenar mais oito em sua câmara frigorífica. A fragata Constituição deve retornar à região onde foram encontrados mais corpos e destroços – a embarcação tem capacidade para transportar mais 25 corpos.
O capitão de Fragatas da Marinha, Giucemar Tabosa, afirmou que os navios devem preencher toda sua capacidade de transporte antes de retornar à costa. Questionado sobre a previsão de resgate dos outros cerca de 200 corpos restantes, Tabosa voltou a dizer que a operação durará o tempo necessário. "Não temos nenhuma estimativa de quanto tempo irá demorar", disse.
As buscas continuam no oceano na área próxima ao local onde estão sendo resgatados os corpos. De acordo com os oficiais, as condições meteorológicas, para vôos, não são boas, mas não vão prejudicar as buscas pelo mar.
Durante a entrevista coletiva, os oficiais mostraram uma foto supostamente da ponta da asa do Airbus, porém, ressaltaram que a identificação oficial caberá à Air France e a Airbus. De acordo com os oficiais, o transporte dos destroços só vai ser feito após o recolhimento do maior número possível de corpos.
O acidente
O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy – Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).
De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.
Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.
A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).
